terça-feira, dezembro 26, 2006

sábado, dezembro 23, 2006

Bom Natal e 2007.

E voltem inteiros. É uma ordem isso.

\/elho

sexta-feira, dezembro 22, 2006

FÉRIAS!!!!!!!

INAUGURAÇÃO DO MEU BAR, MUITA, MUITA CERVEJA E MUITA CARNE.

VOLTO DIA 08, APÓS A TRADICIONAL INJEÇÃO DE GLICOSE.

PS. VELHO, CADÊ A 2º PARCELA DO 13º SALÁRIO??? NÃO ERA DIA 20?

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Foi mais ou menos assim.

Num dia de pouco calor na Bahia (não que esteja frio, mas é só cair um tiquinho de temperatura, que baiano já acha frio) e se planeja uma feijoada. De noitinha, separa-se as carnes salgadas e o escaldo vai a seguir. Tenho cebola, folhas de louro, alho, paio, lingüiça, feijão e fundamental, uma negra forte e a muito na família para fazer sua mágica. O fogo é no chão e o panelão é velho. E pela madrugada adentro, vai se cuidando da iguaria. A negra não dorme direito e confere de tempo em tempo, feito mãe com cria nova, acertando a mistura e passando a colcha devagar na panela, só por capricho. Lá pelo meio do dia seguinte, já com couve, pimenta e farofa na mesa, a fome que já foi devidamente ampliada pelos aperitivos e caipirinhas, atinge seu ápice, na certeza de ser matada da melhor maneira que se pode. O almoço dura umas boas três horas e um licor doce o encerra.
O ultimo se levantar, apóia os braços na mesa e sente o peso da digestão. Depois disso tudo, vem a preguiça, um zonzo de satisfação, quase um pós-gozo.

Dorival Caymmi é o maior artista do mundo na arte da vadiagem. Você olha pra cara dele e quase boceja. Aquele olhão caído, sem rumo, cheio de sono, é a preguiça em forma de gente. Se não me falha a memória, foi num dialogo dele com Chico Buarque que saiu a perola. Eles divagavam sobre o que tinham acabado de comer, devidamente instados em confortáveis redes quando Dorival disse que faltava um gato na feijoada. E explicou para que não houvesse duvida:
- Um gato no colo, pra gente ficar passando a mão aqui na rede.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

D.C. e o caso da ziquizira na Praia da Jênaina.


Estávamos eu e Jesus fazendo nada, deitados sob a necessária sombra de uma arvore. Só faltava um gato pra fazer carinho.
- Ah Jê, nem te falei, sonhei contigo!
Jesus tem os olhos pesados de preguiça e ajeita as costas procurando mais conforto:
- Lá vem bucha...
- Serio. Sonhei que minha vida toda se passava na areia de Praia Grande, lá em São Paulo. Cada passo era uma etapa, e tinha pegada sua também no trajeto.
- Putz, mas logo na Praia Grande?? Não tinha um lugarzinho melhor não, Velho?? Uma praia mais descolada??
Cuspo o caule de capim que tinha na boca e continuo:
- Ah cara, é sonho , né? Mas o lance é que tu me fudeu no sonho. Em varias etapas da minha vida, tuas pegadas não estavam lá. Significa que tu é féla mesmo, quando o negocio apertava pro meu lado, tu vazava. Como tu me explica essa sacanagem??
- Sempre essa historia, mas como estou de bom humor, vou te contar o que se passou. Nos trechos em que não aparecem minhas pegadas, eu estava dando uma levitadinha básica.
- Sei, sempre a desculpa de voar. E levitar pra que?
- Pô meu, cheio de micose essa praia. Se eu piso direto em certos locais, ia acabar pegando uma doença de micose!.
- Micose?? Caraio, isso explica essa coceira fudida no meio dos meus dedos - Falo já esfregando os pés no chão. Jesus corrige:
- Não Velho, no meio dos seus dedos é frieira mesmo, você não pode pegar micose de um sonho.
- Pode crer! Sou um asno mesmo! Mas...se era sonho, porque você levitou?
- Sei lá eu! E ora Velho, o sonho era seu, você que deve me explicar isso. Porque levitei em seu sonho afinal??
- Porra, levitou por causa da areia com micose, já não te falei isso, Jê??!
- Viu? Se você sabia , porque ficou me questionando?? As respostas sobre suas perguntas estão dentro de sua alma - finaliza Jesus espreguiçando-se com os braços - só você não as vê...
- Ai ai ai, mas que coisinha mais meiga, Jê!
- Olha o respeito!
- Foi mal, to só brincando, cara nervoso... e feliz niver procê se a gente não se ver ate lá!

sábado, dezembro 16, 2006

Delongas.

Fato: Este ano escrevi um punhado de textos, muito poucos mesmo. O que voces leram por aqui e no Abobra, são em maioria contos de 2004/2005. Isso deveu-se por falta de tempo, que quando sobrou, me levaram a outras tarefas igualmente prazerosas como escrever.

O Worm é um cara das antigas que anda pela blogesfera a bastante tempo, escreve no Veio da Toca e tem ate um blog proprio (nussa!!), que chama-se wormelho. Ele esta postando no Abobra e agora aqui tambem, isso por mandar muito bem no que escreve e me pra me dar uma força nos dois blogs nesse periodo infertil e seco dos ultimos meses. Leiam na boa, é biscoito fino.

Sobre o abobra:
Por mais que eu tenha acesso aos recursos do blog, tenho a delicadeza de sempre consultar o dono (gory) sobre o que pode ser modificado por la. Inflamos o numero de membros e isso nao teve resultados. No momento, fica do jeito que esta, nao quero me comprometer com novos invites sem consultas, visto que o gory esta sem net.

Ok!

sexta-feira, dezembro 15, 2006

3.1



Engraxava sapatos depois da aula. A mãe pensava que como os outros meninos, estava a jogar bola ou empinar pipa. Ele confirmava. Nunca contou nada sobre seu trabalho. Economizava tudo que podia em uma latinha de leite em pó, providencialmente enterrada no quintal de casa, atrás da casinha da privada.

Entre os cinco irmãos era oque mais fazia cara de fome. Realmente sofria, pois jamais tirou um tostão para comprar uma coxinha que fosse. Apenas flanelas e mais graxa de sapato. Escola obrigação do estado, alimentação obrigação dos pais, pensava ele.

Em um dia de extrema fome, a mãe, lavadeira, impedida de trabalhar por causa da chuva que caia há mais de uma semana, não conseguiu levantar nada com os vizinhos que também estavam em situação semelhante ele apareceu com R$ 20,00. A mãe logo achou que o menino dera ladrão. Indagou-o
- Onde arrumou esse dinheiro menino?
- Por aí. Compra logo comida e para de perguntar.
- Se tu não me conta, eu queimo esse papel.
- É do Rubão, ele me emprestou!

Ele não gostava de mentir, mas no aperto que a mãe lhe punha, esta idéia lhe surgiu. E pareceu boa.

Rubão era oque de pior podia existir. Traficante, homicida, ladrão e seqüestrador. Na posição de chefe do tráfico, não permitia desordens por ali. Atendia bem quem lhe pedia, mas, nunca de graça. Requisitava serviços e favores dobrados, seja guardando armas e drogas ou cedendo um cômodo como cativeiro. Em tempos de guerra, pedia a casa toda se esta estivesse em posição estratégica. O povo apenas calava e saia. Em tempos de paz, dava festas de arromba.

A mãe desesperou-se. Não queria dever nada ao marginal, mas aquele dinheiro era a única salvação, logo o aceitou, com o intuito de pagar no dia seguinte. Debaixo de chuva lavou e secou roupa alheia, juntou o dinheiro e mandou o menino devolve-lo. Ainda sobraria algum.
-E os juros, mãe? O Rubão sempre cobra 25%.
-Por um dia, menino? É doido?
-Então vai a senhora lá falar com ele. Eu é que não vou!

A velha com medo, cedeu.

Disso o menino aprendeu duas coisas: O poder do medo, e, guardando seu dinheirinho acrescido de juros e correção na latinha percebeu que podia ganhar mais dinheiro com trabalho alheio. Se houve uma terceira lição, foi a mãe quem aprendeu.

Deste dia em diante, nunca mais enjeitou serviço e trabalhava com muito mais afinco. Fome os meninos não passaram mais. Até mais gordinhos. A mãe emagrecera um pouco.
- Ta mais bonita - Dizia o menino

Quando ela morreu Juvêncio sofreu. Tinha feição aos irmãos, especialmente pelo menorzinho. Morreria o pequeno de fome também? Talvez não, algum vizinho acudiria. Ou o orfanato. A mãe ali, deitadinha no caixão pobre e carente de flores, com os olhos esbugalhados a fitá-lo. Será que depois de morta, a pessoa passa a saber das coisas? Não, isso ela não podia pedir, afinal, eram cinco. O orfanato levou os cinco. Ficou só.

Aproximou-se de Rubão. Pedisse oque quisesse, era capaz. E com sua competência logo promoveu o chefe que agora não era um simples bandido, e sim um mega-empresário do ilícito.
- Bom negócio esse de ganhar dinheiro com o trabalho alheio – Dizia Rubão.

Juvêncio, agora seria legalmente um homem. Completara dezoito anos. Sempre guardou e poupou, mas agora se daria um presente condizente com sua nova realidade. Comprou uma bela arma. Uma magnum .45.
Nunca havia empunhado uma, sua caneta era tão ou mais mortal, mas no momento que a segurou sentiu que a mesma era para suas mãos como uma coroa para sua cabeça. Cabeça onde sua ordem não penetrasse, a magnum transpassaria. O único que não estava sujeito as suas ordens era Rubão, a atrapalhar sua majestade. Com a ordem de um único dedo passou-o duas vezes.
Ali no chão, o chefe agonizante encarava-o com o mesmo olhar da mãezinha. Lembrou dos irmãos. Rubão ainda respira.

-Quantos tiros esta porra dá? – Deu mais 14.

Agora sim, Com a coroa definitiva, sua vida seria outra.

segunda-feira, dezembro 11, 2006



-Mete mais, com força, vai, vai, não para. – Gritava ela, até que eu interrompia-a com um estalado tapa em suas nádegas.
- Cala a Boca, porra. Oque os vizinhos vão pensar?

Ela se aquietava por alguns instantinhos e logo começava a gritaria novamente. Quando gozou então, foi um estardalhaço sem tamanho.

Ela acende o cigarrinho e sai. Na boca e nos olhos os sinais do tempo são implacáveis, mas um pacote muito estufadinho e os peitos apontando para cima. Incrível!

Sempre foi meu sonho de consumo. Muitas punhetas quando adolescente em homenagem àquela coroa enxuta. Arrisquei algo, mas como fosse muito novo ainda, não fui levado a sério.

Quando mamãe morreu, ela veio e ajudou muito eu e papai. Fiquei feliz por tê-la sempre tão próxima e tão solícita. Ainda que não me levasse a sério, sua presença me agradava. Gostava do cheiro dela. Lembro até que uma vez, aquele cheiro inebriante me levou até o banheiro, depois que ela saiu, para cheirar o papel com que ela tinha se limpado. Cheiro de cio selvagem. Tinha vontade imensa de penetrar-lhe.

Quando ela começou a namorar com papai, foi um balde de água fria em minhas taras e pretensões. Além de tudo, logo entendi que ela e papai eram amantes de longa data. Será que mamãe sabia? Ela andava triste demais na semana do acidente. Não cogito.

Do mais, ela e papai viveram muito felizes. Até que o velho sofreu o primeiro derrame. Ela cuidava, limpava e alimentava, quando começa a melhorar vem o segundo o deixando vegetativo. Cinco anos que só mexe os olhos.

Eu saí de casa quando ele teve o primeiro, e voltei somente agora, depois de sete anos porque ela me avisou que ele estava mal. Não tinha a mínima pena dele também. E vim porque ELA me avisou. Não sei o poder que ela tem sobre mim. Sua voz ao telefone pedindo minha presença excitara-me e lá estava.

Agora comia a desgraçada, com força, violência e prazer, como sempre sonhei. Ela debruçada sobre a cama, joelhos no chão, olhos fixos no do velho e caretas de ambas as partes. Ela se contorcia de prazer e ele de revolta. Seus olhos eram de uma expressão medonha, poderia matar alguém com ele se quisesse, mas eu não, morreria de tanto gozar.

Ela gritava, eu com algumas bofetadas a silenciava, mas logo ela continuava:
-Mete, força, vai, soca com força aiiiiii....
Outra bofetada, ela parecia gostar de apanhar.
-Cala a boca mulher, quer que os vizinhos todos descubram é? Vais acordar todos.

Enquanto forçava a entrada no seu cuzinho, papai fechou os olhos. Uma lágrima rolou nos seus olhos ao vê-la derramando lágrimas de alegria e dor, sem um gemido.

Passei a bombar com violência, o velho, a nossa frente, suspirou forte e morreu. Ela voltou a gritar:

- MEU DEUS, MEU DEUS, MEU DEUS...... AHHHHHHHHHHHHH – E gozou novamente.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

2.

2.


-Prostituta filhada puta, Aiiiiii.. desgraçada, cadela sarnenta, grrrrrr....

No intervalo de paz que a escabiose lhe dava, pensava a desculpa que daria em casa. Como explicar? Ainda mais naquela região. Primeiro pensou em culpar a poltrona do avião, o banheiro do hotel e a lavanderia por contaminar sua cueca. Depois, mais sórdido, pensou em culpar a própria mulher, ela entenderia ao menos que pode acontecer com qualquer um, e não é preciso nem ao menos ter culpa em cartório. Um plano doido, mas com grande chance de dar certo. Compraria uma Lingerie especial para enviar à mulher, usaria-a por dois dias para impregnar até o ultimo fio do tecido com a sarna e enviaria pelo correio. Não, pelo correio não, eles esterilizam os pacotes com ultravioleta para evitar ataques de antrax. Enviaria pelo Razeira que partiria dois dias antes dele.

Comprou a lingerie mais sexy que encontrou, vestiu-a ainda no provador da loja, para impregnar bem. Tomou alguns drinks, a coceira amenizou. Dormiu com ela.

Acordou atrasado. A calcinha rasgada.

-Ou eu rasguei dormindo, ou esses bichos filhos da puta consumiram o tecido!

Sobre a mesa não estava mais o embrulho com a peça do sutiã. Apenas um bilhete.

“Caro Décio

Procure comprar tecidos antialérgicos e peças mais largas, pois já é notórioque essas que entram no rego andam atrapalhando sua performance.

De qualquer forma, estou levando sua encomenda para Márcia.

Ps. Preta assim, não combina com sua bunda. Tente o vermelho que é universal!
Ps2. Cu de bêbado não tem dono. Se fodeu. hauhauahauhauhauhuauahua

Razeira”

-Razeira seu filho da puta, Aiiiiii.. desgraçado, cão sarnento, grrrrrr....

Seus dois dias que restavam em New York foram suficientes para o melhor dermatologista da cidade quase resolver seu problema. Custou o olho da cara, mas o olho do rabo agradecia. Só não piscava por ainda estar dilatado da violação sofrida.

Voltou para casa mais tranqüilo e culparia uma alergia qualquer. Entrou quieto, faria surpresa a mulher. Subiu as escadas com cuidado, entrou no quarto. Ela não estava lá. Ouviu gemidos vindos do banheiro, a feição do rosto de Décio agora era outra. Apurou os ouvidos, ouviu:

-Razeira seu filho da puta, Aiiiiii.. desgraçado, cão sarnento, grrrrrr....

Um latido chama a atenção dela. Ele abre a porta com violência e lá estava ela, tomando banho de assento, um forte cheiro de creolina no ar.

-Que porra é essa Márcia? E esse cachorro ai?

-Oi amor, não estava esperando.

-Que ta havendo?

-Então, na ONG Amigo Bicho, vi esse cachorrinho lindo sofrendo e adotei, mas acho que ele está com sarna. Me contaminou.

-Justo na vagina, Márcia?

-É que ele ficou trancado aqui enquanto eu trabalhava e acho que mexeu nas minhas calcinhas.

-FILHO DA PUTA!!!

-Calma, amor. Poderia ser com qualquer um!

-O Razeira esteve aqui?

-Só de passagem. Obrigada pelo Sutiã!

-Cadela safada de esperta – Olhando o pobre cãozinho. - Pelo menos não tentou me dar uma cueca contaminada - Pensa.

-Não é uma cadela, é um cachorro!

-É. Um cachorro também - Pensa em Razeira - E comeu minha cadela. Pelo menos não tentou me dar uma cueca contaminada - Pensa ele.

Em algum lugar, Razeira sofria pensando a desculpa que daria para a mulher. Onde teria pego essa coçeira? Décio? Márcia? Só pode ser. Casal de cães sarnentos!
1.

Em 1980, Décio já exibia sua arte, ate então oculta.
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Décio Novaes era seu nome. Conquistou o topo, foi diretor executivo de uma multi nacional aos 48 anos. Décio é culto e inteligente, veste-se com primazia, fala inglês, francês e alemão com fluência nativa, mantem seu corpo em boa forma e sempre sorri em gentilezas. É respeitado pelos homens e cobiçado pelas mulheres. Atualmente está aposentado mas é figura fácil na Europa e nos Estados Unidos, orientando ou palestrando sobre liderança empresarial a restritos grupos de CEO’s. Esse fato, o faz passar pouco tempo com sua esposa, a maravilhosa Márcia, uma lindíssima balzaca que alem de manter-se numa forma física invejável, também atua em ONG’s contra as desigualdades sociais. E essa distancia freqüente do casal é a culpada por uma mancha no quase indelével caráter de Décio: as prostitutas. Com muita distinção, Novaes paga por sexo casual em suas viagens. E a falta de critério na escolha da prostituta , há dois dias , causou um serio transtorno na vida desse homem.

Na quarta feira seguinte, Décio exibia gráficos no palco de uma universidade de Nova Iorque para cerca de 80 participantes quando teve o sintoma e a primeira crise. Ele sentiu o desconforto com certo espanto. Aquilo foi aumentando progressivamente e a tomando conta de si, como fogo consumindo papel. Ele tentou andar pelo palco, talvez isso ajudaria, mas pareceu ter piorado. Inadiável como tinha que ser, incontrolável como sempre é, tomando dimensões catastróficas, minando as sólidas bases do mais forte dos homens. Nunca Décio interrompera uma palestra, mas dessa vez era impossível prosseguir:
- Senhores, me ausentarei por alguns instantes. Volto a seguir, me perdoem mas é mais forte que eu...
Avisa aflito ao microfone, pouco antes de disparar em direção aos bastidores . O corredor tem gente por todo lado, alguns sem entender nada ao ver o desespero do orador. Desvencilhando-se de todos, finalmente Décio entra em seu camarim, enfia a mão nas nádegas por dentro das calças e coça violentamente seu rego e adjacências, nisso incluso também o cu e suas beiras.
- Ufa! Rapaz(!) , que diabos de coceira é essa? - Pergunta-se levando os dedos ate a ponta do nariz dedos e cumprindo o ditado popular que diz "quem coça o cu, cedo ou tarde cheira o dedo".
Naquela noite, a comichão rastejou por todas partes intimas do infeliz. Hora no escroto, hora no pênis, hora no rabo todo. Foram oito interrupções na palestra e total descrédito dos espectadores. No palco, Décio às vezes rebolava ou fazia movimentos estranhíssimos com as pernas, tentando contornar a coceira, mas invariavelmente, era obrigado a fugir e trancar-se no camarim. O incomodo lhe seguiu no retorno ao hotel, a bordo do carro e só lhe deu paz na cama. E voltou implacável no dia seguinte. Era sarna, daquelas mais fudidas que existem.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Fronteiras.



O par de guardas suíços do vaticano, permanecia imóvel junto aos portões , apesar da fina garoa da madrugada. O responsável pela ronda interna era Paul que caminhava preguiçosamente pela penumbra dos corredores internos, ensaiando bocejos silenciosos ao conferir a calma tediosa do lugar. A luz que escapava pela fresta inferior da porta de um dos inúmeros quartos da ala de alojamento Sacerdotal, chama sua atenção. Paul aproxima-se cautelosamente e encosta o ouvido, conferindo algum indicio de conversa.
O cheiro doce e inconfundível que remete a recente juventude, hoje esquecida, lhe enche os pulmões em forma de fumaça. Por alguns segundos, Paul se desarmara de sua função, e inspira forte, na boba ilusão de que isso surta algum resultado. Refeito da surpresa, vasculha nos bolsos, a procura da chave mestra que logo a seguir está abrindo a porta de supetão:
- Perdão Santidade, mas notei luz em seu quarto.
O Papa tem a mão no coração, deitado com uma bíblia aberta na outra mão.
- Tomei um susto. Estava aqui lendo minha bíblia, quando a porta se abriu repentinamente...- Paul olha desconfiado enquanto o Papa parece preocupado - mas não entendo, não se pode mais ler aqui?? Porque a intromissão, Paul?
- É que...esse cheiro me é bastante familiar...
Abanando-se em denuncia, o sumo pontífice tenta explicar:
- Cheiro? Ah, é incenso. Acendi pra orar...- Diz sem muita convicção. O guarda observa os detalhes da cena, na certeza de algo errado:
- Senhor, sua bíblia esta de cabeça pra baixo.
- Hã?...sim, sim, às vezes leio - o papa entorta o pescoço - invertida mesmo...é pra prestar mais atenção...
- Santo Padre, tem uma marica no cinzeiro. Definitivamente o senhor estava fumando maconha aqui no quarto.
- EU?? Eu NÃO! Tava lendo a bíblia, aqui, sossegado, na boa...
- Papa, o senhor está fumado. - Paul levanta o lençol e confirma debaixo da cama - Eu sabia! Aqui estão as provas, um pôster do Bob Marley e uma camisa da Jamaica! Onde esta o tijolo? Hein, cadê ? - Vocifera Paul, inquisitivo. O papa, rapidamente constrangido, assume o ato, enquanto levanta-se da cama num tom mais agressivo :
- Fumo MERMO! Uma nóia do caralho esse Vaticano, só se bebe essa porra de vinho PIAGENTINE , não tem mulher, não tem MERDA NENHUMA pra se fazer aqui, esse monte de velho bicha, nunca vi lugar pra ter tanto viado, tá louco...e se cismarem com meu baseado, vou surtar GERAL, tô avisando! E vá se foder que quem manda aqui, ainda SOU EU, seu insolente!
Estarrecido, Paul tenta negociar uma chantagem:
- Creio que essa informação possa abalar toda fé crista...
O Papa sorri cinicamente. Abre seu criado mudo, pega um cigarro de maconha, o alinha nas pontas dos dedos e o acende na vela que ilumina um pequeno altar:
- Amigo, você acha que alguém que se veste como você, tem alguma credibilidade?

O trio de guardas suíços do vaticano, permanecia imóvel junto aos portões...

terça-feira, novembro 28, 2006

Mais uma.

Nicolau sofre numa foto, enquando a galinha lhe aperta os bagos.
IN VELHO WE TRUST
Você já leu trocentas listas sobre Chuck Norris. Foda foi ver outro dia um filme em que ele usava uma touquinha dessas de frio com bolinha na ponta e lutava na neve implacável dos anos setenta. Mas deixa isso pra la. Li no Gravataí uma lista sobre Al Pacino e achei injusto não haver uma homenagem idêntica a Nicholas Cage, esse gênio da dramaturgia, esse deus das Panavisions. Preenchendo essa lacuna lamentável, dou-me ao trabalho de listar os 20 fatos sobre o precioso Nicolau.

1- Nicholas Cage tem queda de cabelos desde os 12 anos. Toda vez que um fio de cabelo rebelde cai, Nicholas sofre muito mas perdoa e aceita o fio de volta. Isso explica o congelamento de sua careca.

2- Os aviões de Nicholas não entram em pane. Eles sofrem uma pane.

3- Sempre que alguém peida perto dele, Nicholas não se irrita, somente agradece a Deus por ter nariz, sendo mais uma vitima da má educação alheia.

4- O Papa foi vitima de um atentado. Já Cage, sofreu milhares de atentados e foi vitima fatal de todos eles.

5- O pau de Cage nunca fica totalmente duro. Temendo machucar alguém, ele o mantem macio e confortável para a penetração sem traumas. Ele não consegue fuder ninguém direito, isso o faria sofrer muito.

6- Cage não ri, ele sofre ataques de risos.

7- Nicholas só mata por amor. Na verdade , ele nem mata, só dá umas porradas. E não são porradas bem dadas, são só uns tapinhas. E o que você chama de tapa, Nicholas chama de um ombro amigo ou uma palavra de carinho. E no final, canta o hino americano , sofrendo muito.
IN VELHO WE TRUST
8- Jogaram aviões no WTC, mas quem sofreu os abalos na estrutura dos edifícios foi Cage.

9- Nicholas Cage não fica doente, só sofre derrames , sofre de ulcera ou fica em coma sofrendo, vitima dos sintomas.

10- Nicholas não ama, ele é vitima do amor.

11- Jesus cristo foi morto na cruz, mas quem sofreu as conseqüências foi Nicholas Cage

sexta-feira, novembro 24, 2006

Making off.

Meu ancestral bi-milenar , sofreu horrores aí embaixo. Em uma de suas onze mortes , ele foi devorado por leões, quando Jê passou por maus bocados e foram necessários cento e vinte e nove HÓÓÓÓÓÓÓÓÓ!s pra ressuscitar todos os pedaços que se encontravam divididos entre quatro estômagos felinos.
Hoje a tecnologia nos faz evitar todos esse tipos de transtornos e passados dois mil anos, posso perfeitamente simular situações de extremo perigo sem ao menos tirar o rabo da cadeira vagabunda de curvim que tem aqui no trampo.

Confira e experimente.

D.C. e a guerra dos dois...de um homem e meio, vai.


Por ordem expressa de Pilatos, seus soldados reviravam toda região a fim de prender religiosos e fanáticos. Segundo os burocratas do governo, a queda na arrecadação de impostos deveu-se ao apetite voraz das igrejas locais em busca dos dízimos. E Pilatos não gostava de concorrência:
- Prendam TODOS! Não quero essa corja metendo a mão em minha receita. E estuprem, mas não matem...
Isso incluiu Jesus na lista de procurados. E com os quarenta graus a sombra, a tarefa de fugir do patrulhamento, era difícil e desconfortável. Escondidos no topo de uma colina próxima ao deserto, eu e Jê acompanhávamos o movimento dos soldados e suas bases,:
- Veja Velho! - aponta o filho de Deus - A tropa de Pilatos se aproxima! Que faremos?
- Como assim "que faremos"?!? Eles querem você, eu estou aqui só de enfeite...mas como sou seu amigo, fiz uma arma biológica para o caso de nos cercarem. - Falo enquanto mostro a Jesus uma bola de barro do tamanho de um melão.
- Que é isso, Velho? Arma biológica?
- Sim. Peguei algumas aranhas, mais um tanto de lacraias e escorpiões e meti eles nessa bola oca e tampei. Tem barata também. A gente taca neles e eles se fodem!
Jesus olha preocupado para a bola e afasta-se um pouco:
- Entendi. Mas pra que barata? Que eu saiba, elas não tem veneno...
- A barata é pra algum soldado bunda mole tenha medo delas.
Um forte estrondo interrompe o dialogo. Eram rochas que caiam, lançadas de catapultas em nossa direção. Mantive a calma:
- FUDEU-SE! Vamos embora!! Corre , Jê, CORRE! - falei descendo o barranco. Jesus estava imóvel:
- Ficarei aqui! Essa deve ser a vontade de meu pai! - Eu não tive duvidas e lancei a bola de barro que se quebrou no chão a poucos centímetros de Jesus que levanta-se num salto:
- EITA, BARATAS!!
Os soldados tinham nos descobertos. Jesus me acompanha em desabalada carreira morro abaixo. Flechas e pedras são lançadas contra nos. Algumas bigas cercavam a área e monitoravam nosso caminho, atiçando os cavalos. Próximo à base, soldados mostravam-se dispostos a soltarem os leões famintos que mantinham em jaulas. E o sol a pino. Corremos juntos ate uma moita:
- Caraio, Jê, faz alguma coisa! - Falei me abaixando para evitar uma flechada. Jesus olha estudando a situação:
- Vamos na direção dos leões, junto a tenda! Tenho um plano!
- TÁ LOCO?? Cara, chama teu pai, clama por socorro, bate um bumbo, reza, sei la... - supliquei desesperado. Jesus dispara de novo:
- Vamos Velho, meu Pai anda muito ocupado, inventaram a internet no futuro e ele vive em fóruns agora! Temos que agir sozinhos!
- Certo, corre, corre...AI!
Um lança atravessa minha cabeça e despenco morto no chão. Rapidamente , Jesus ajoelha-se e me ressucita:
HÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓ!
- Vamos Velho! - Acordo zonzo ainda:
- Hã? Claro, corre, vamos...AI!
Mortalmente ferido, estou no solo novamente. Uma carruagem me atropelou cortando meu corpo ao meio. Jê limpa o suor da testa com as costas das mãos e me ressuscita outra vez:
HÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓ!
Estou totalmente grogue:
- Tô mal, Jê! Acho que é ressaca...aquela puta da Madalena anda batizando vinho lá na taberna...
- Velho, preste atenção! Vamos correr até a tenda e fugir daqui, os soldados estão por todo lado!
- Ah é! Certo, você quer correr ate as tendas. Eu também queria, mas não tenho... pernas!!
- Putz, é mesmo! Espere aqui! - Jesus arrasta-se ate metade de meu tronco e o ressuscita enquanto espanta os urubus:
- XÔ! XÔ! - HÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓ!
Já de pé, minha metade inferior põe-se a correr em círculos. De onde eu estava, tento orienta-la:
- Aqui porra! Pra esquerda...NÃO, ESQUERDA! - Jê retorna e me explica enquanto todo tipo de artefato voa em nossa direção:
- Não adianta gritar, Velho! Vou leva-lo ate suas pernas, elas não tem ouvidos e estão sem controle! Sua parte de cima que comanda seu corpo! - Fala enquanto me carrega no colo. Eu me conformo:
- Vai ver é por isso que não me caguei ainda....

Já com corpo inteiro, sigo Jesus que pula sobre a tenda dos soldados que estão atônitos com a atitude inesperada do filho de Deus e gritam:
- Pega o hippie! Pega o hippie!
Jê rodopia pelo mastro da tenda, e com o pé, faz desabar a lona sobre os homens de Pilatos. Eu fico impressionado:
- Caramba Jê, chutou o pau da barraca hein!

Acordei algumas horas depois
HÓÓÓÓÓÓÓÓ!

Jesus estava sentado sem postura e visivelmente exaurido a beira de um riacho. Eu levanto-me confuso:
- Meu, onde estamos? Cadê os soldados, o deserto??
Ajeitando a cabelo por trás da orelha, Jê suspira:
- Velho, conseguimos fugir dos soldados num camelo.
- Foi?? Não lembro disso não...eu tava desmaiado? – Jesus me olha serio:
- Estava morto, Velho. Na verdade você morreu onze vezes, na ultima achei melhor agir só e ressuscita-lo em lugar seguro. Amarrei uma corda no seu pescoço e o trouxe ate aqui.
Eu coço a cabeça:
- Cara, na verdade eu lembro vagamente dessa corda...
- Claro, você ainda estava vivo. Só depois que fiz o camelo correr que você morreu de novo. Nada pessoal, mas você estava dando mais trabalho que os soldados....
Fiquei indignado:
- Porra bicho, que sacanagem é essa? Você me enforcou?
- É, normal. Eu vou morrer por causa de todo mundo e nunca reclamei...
- Mas vai ser uma vez só, né?

quinta-feira, novembro 16, 2006

Logo quem.


Com necessidade quase orgânica de escrever, abro o Word , acendo um cigarro e procuro alguém pra me acompanhar. O recente e humilhado Petrucio Rocha, pouco tinha a dizer agora. De tão denso, sumira e não sei se pra sempre. Mas não foi difícil andar alguns passos. Toda horda de psicóticos e genericos, Climber, Antunes, Palhares ou Maria Rita tem endereços fixos. E para minha surpresa, ninguém se encontrava em lugar algum. Eram casas vazias, portas trancadas. Levo meu pensar ate o escritório de Buzina e Madureira. A mesa larga, a poltrona ordinária, a luz acesa a toa. E nada de bandido. Queria evitar, mas se fez necessária uma rápida ida a Galileia. Tristes tabernas, calmas pradarias, sol a pino. Em cenário agradável, posso falar do suor de Jê, de seus defeitos humanos , de sua insegurança ou de sua sabedoria. Mas o Jê também não estava lá. E nem Jenaina, nem os repórteres, os românticos, os canalhas, os rebuscados, os cleptomaníacos inacabados.

Finalmente, subo já sem esperança, as escadas imponentes, imponentes como devem ser, as escadas que levam ao céu. E no plenário divino, só um faxineiro varre preguiçoso, o tapete onde antes pisaram Alá ou Buda, em debates sem sentido. E na falta dos deuses, me aproximo do faxineiro, procurando nele, algo que possa ser usado, mas esperar o que de alguém com sua pífia mas útil função. Mas o faxineiro não tinha nada , estava ali varrendo, só isso.
Desesperado, vago agora por caminhos sem rumo, estradas sem placas, cidades sem nome quando chego a conclusão segura que não encontrarei ninguém. O amanhã, seguirá como o hoje, e os dias passarão assim ate o incerto futuro. Apago o segundo cigarro que fumei enquanto escrevia esse texto e ouço o faxineiro me explicar o vazio:
- Só você não notou que seus personagens são funcionários públicos e enforcaram o resto da semana. Agora só segunda ou terça e olhe lá...

E eu não dava nada por ele, esse simplório faxineiro, um verdadeiro sábio.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Oito de Novembro.


Parabens menina! Ti amo.

P.S. Pode parecer estranho, mas sim, o \/elho tambem sente essas coisas idiotas como amor e saudade. Fazê o que, né?

segunda-feira, novembro 06, 2006

S.P.A.

No inexorável ato de quem comeu algo, Francisco Antunes tranca a porta do banheiro. Ele remediou , tentou evitar, mas seu abdômen já se retorcia sozinho. Dor de quem precisa defecar. Agora já sentado na privada, o suor lhe pinga e a aflição lhe toma a alma. E Francisco recorda o sábio ditado que seu mestre lhe contara na juventude, prevendo esse momento:

"Sabe Antunes, quem aprecia a pata do gato, tem sempre que contar com uma futura e inevitável unhada no cu..."
E um grito de terror ecoa pelas paredes do prédio de Francisco.

quarta-feira, novembro 01, 2006

Uma ideia a resolver.

Antonov Climber voltou todo mordido e roído de insetos da guerra do golfo. Escapou ileso de centenas de balas e explosões, dezenas de atentados e mísseis, mas os mosquitos e afins lhe chuparam litros e litros de sangue. E Climber ficou traumatizado com isso. Tinha tremores ao ouvir o zumbido noturno dos insetos e suava frio com o medo de suas picadas e presença.
Climber , então, toma um drástica decisão e entra numa faculdade de química.
Depois de formado, funda a Rhodia e cria o Rodiasol, a fim de eliminar todos os insetos nocivos da face da terra.
Já milionário, fez uma campanha mundial contra a água parada e montes de cupim da Dutra, convidando o U2 e o Rolling Stones a fazerem shows beneficentes por todo mundo.
Foi capa do Time e dava palestras besuntado de Altan.
Mas teve um final triste. Ao passar um fim de semana em uma de suas ilhas particulares nas Filipinas, Antonov pisa numa mina terrestre que a Princesa Diana não desarmou, explodindo sua fabrica de inseticida e provocando a terceira guerra mundial, dizimando a humanidade, quando sua perna cai sobre a mesa do presidente da Coréia do Norte
Apesar da complicadíssima lesão, a perna de Climber sobreviveu ate os 88 anos e hoje esta exposta na Sala dos Mutilados no Louvre.

O guarda esta fazendo sua ronda noturna no museu quando aponta a lanterna para o chão e observa uma fina poeira abaixo da cúpula onde fica a perna de Antonov. Ele esfrega o pó entre os dedos a confima:
- Caruncho.
E segue em seu trabalho.

sexta-feira, outubro 27, 2006


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VocatuS
xxx
É isso. Me hostilizar é normal, mas a "bactéria" tinha que ter o minimo de bom senso e saber que o garoto olharia os comments do post aí de baixo. Tem gente que não se toca.

quarta-feira, outubro 25, 2006

É hoje meu peixinho!



Vamos jogar vídeo game? Vamos jogar bola? O Santos tá em que lugar na tabela? Vamos fazer uma fila de carrinhos? Me compra uma fitinha? Vamos jogar truco? Me compra figurinha?
Compra Mcdonalds hoje? Você me jogou fora da pista! Não jogo mais! Vamos na praia?
Vamos na vila? Pai, olha o peitão! Não valeu, foi bola alta! Vamos jogar uma partidinha? Você está roubando! Não quero feijão. Pode xingar o juiz de palavrão? Joguei bem? Vamos de moto? Meu pinto tá duro. Posso ir trabalhar com você?

Caramba, fazem 8 anos que peguei na palma da mão (literalmente, o cara nasceu prematuro) uma das duas melhores coisas que já fiz na vida.

Parabéns pelo aniversario, Lucas, você não tem idéia de quanto o pai eu te ama.

sexta-feira, outubro 13, 2006

D.C. e o terror do inferno.


Jesus tenta me corromper:
- Velho, seu estilo de vida é o caminho para o inferno.
Eu tento acender um cigarro de palha quando Jesus me bate na mão em reprovo, derrubando o tabaco no chão:
- Não acenda essa porcaria! Você não sabe que isso faz mal a seu corpo? - Espantado, reclamo:
- Porra Jê! Cumé que tu me joga o bagulho no chão?? - Jesus arrasta o pé , esmigalhando o cigarro na terra. Eu me aflijo - Não caralho! Não pisa, não pisa!! Putaquelparil Jesus, tá louco, é??!?
- Velho, estou tentando corrigir seu rumo. Deus me avisou que aqueles que não cuidam do templo do supremo, não terão direito ao reino dos céus.
- Templo? Que templo? Tu anda usando mirra, Jê? E nem me fez uma preza?
Jesus alisa a barba pensativo:
- Seu corpo é o templo de Deus e não uso mais mirra. Se bem que eu acho que mirra nem faz muito mal... - Um trovão corta o céu num enorme estrondo - assustado, Jesus corrige-se encolhendo os ombros- Opss! Sim, sim, mirra faz muito mal também! - Eu comento olhando o céu azul:
- Acho que vai chover, melhor ir pra taberna procurar abrigo ...
- E porque o abrigo tem que ser justo na taberna?. - Fala Jesus me acompanhando.
- Porque tô com SEDE também, SACOU? Olha Jê, hoje tu tá chato pra caralho! Conversinha enjoada...
- Velho, Deus me orientou sobre o inferno. Lugar horrível, cheio de gente ruim.
- Não tenho medo, passo a vida inteira com gente ruim. Mas me diz uma coisa, no céu tem puta?
- CLARO que não! No céu tem anjinhos tocando harpa.
- Hum. Não tem puta mas tem viados. Lugar estranho. No inferno tem o que, afinal?
Jesus se entusiasma com minha pergunta:
- Velho, lá estarão todos os pecadores, bêbados, viciados, mulheres de vida fácil...
- To gostando, continua.
- É serio! No inferno faz um calor medonho. - inclino a cabeça sorrindo:
- Adoro o calor! As mulheres sem roupa, ai ai , isso é lindo! E você querendo que eu vá escutar bicha com asinha tocando violão? Deus me livre, isso parece um sarau de poesia! E que musica rola no inferno pra eu resolver ir pra lá de vez?
E numa ultima cartada, Jesus suspira sem muita convicção:
- A musica do inferno? Bem, nessa parte meu Pai foi terrivel. No inferno a Rita Lee canta todo seu repertorio num acústico eterno...- Eu me arrepio dos pés a cabeça:
- AVE MARIA MÃE DE DEUS! Isso é uma PUTA sacanagem! Crueldade! Depois é o Diabo que é ruim... mas tipo assim, dava pra levar mirra pro céu?
- Vinho eu sei que tá liberado. – e comenta baixinho, conferindo alguma nuvem carregada - Mas sempre se dá um jeito, né Velho!

terça-feira, outubro 10, 2006

E foi assim.

Sem avisar ninguém. Um dia me sentei na frente do PC e não sabia mais o que fazer com o teclado. Minhas mãos antes ligeiras em acompanhar meus pensamentos , agora estranhavam o que escreviam, se é que se pode chamar assim , apertar botões num layout.
E do prazer egocêntrico de contar estórias, era um ébrio que acordara envergonhado pelo excesso anterior, odiando seu próprio cheiro, fustigado pela consciência sóbria. Leva-me a deriva, nos mares de letras compostas em textos, por vezes ridículos e por maioria comuns, na descoberta aflita da banalidade do que li escrito por mim. Mesmo o rebusco que abuso aqui e pensei ser disfarce ideal, se desfez na chuva, revelando a falta de cuidado em cores berrantes se diluindo e expondo um muro caiado, ordinário e sem cuidado. A aflição se faz vergonha assumida, quando me puno em voz alta:

- Bicho, como eu escrevi merda na net...

sexta-feira, setembro 29, 2006

Tem um post no abobra.

quinta-feira, setembro 14, 2006

Essa é sua vida!


Buzina Encardida, o resolvedor dos problemas de atualização de blogs, está no Domingão participando do Arquivo Confidencial. Faustão fala em falsete:
- Esse bandido, alem de ser um criminoso de sucesso é um exemplo de vida, MEU!
Era numa hora dessas que dava uma vontade filha da puta de mudar de canal, mas como era dele que o Faustão estava falando, Buzina se resignou em silencio:
- Hum.
- O caráter e humildade demonstram o tipo de ser humano que se esconde por traz desse sorriso amarelo, MEU! Agora segura o coração que temos uma surpresa pra você, Buzina! Na tela!
Todo mundo tem coceira. No nariz, no olho, na mão ou no cu. Buzina tinha coceira no gatilho do revolver. E olhando o apresentador, o gatilho que coçava como nunca:
- Por muito menos já tinha mandado esse gordo pra terra dos pé junto...
O investigador Salvador aparece em play-back no telão para surpresa do criminoso:
- O que falar do Buzina? Ele é amigo, companheiro, só que vive com ele sabe da pessoa humana que ele é! E paga a propina em dia!
Tony Ramos está sentado ao lado de Buzina que observa a orelha do artista e comenta:
- Bicho, tua orelha é gigante, na chapa, dava um bife acebolado da hora, mas esse pêlo nela fode tudo! Tu não corta o cabelo da orelha não??
- Cara, quando eu faço a barba, isso de três a quatro vezes por dia, eu barbeio a orelha também, mas cresce muito rápido...- Lamenta o ator. Buzina se interessa:
- Barbeia a orelha?!?
- A orelha e o nariz. Com Philishave. E aparo as pontas com uma tesourinha. - Tony Ramos cutuca com o cotovelo o bandido e avisa - Presta atenção agora que estão falando de você no programa.
Madureira surge no palco e Faustão o recebe:
- Esse aqui é o fiel escudeiro dessa pessoa incrível que é Buzina! - Madureira olha contrariado e pega o microfone:
- "Fiel escoteiro" é o caralho! Eu sou é truta do cara mesmo! Pessoa do sangue bom, preto com alma de branco! - Fausto tenta falar:
- Olha o preconceito... - E é imediatamente interrompido por Madureira:
- Vai toma no teu cu, gordo! Cala boca que tu fala um monte! Bem, como eu ia dizendo, o Buzina é gente finíssima, me comeu a orelha, mas foi porque eu vacilei. E eu, sabedor que o cara gosta de orelha, eu não podia ter ficado perto da boca dele. Bobeei, me fudi...Buzina? Meu, tu tá chorando?? - O negro de quase dois metros de altura responde se justificando:
- Chorando?? Num fode, é esse ar condicionado que ta forte pra caralho! To gripando, snif! - Madureira não perdoa:
- Porra Buzina, ahuauahuahuahauhauha, que mancada! Chorando no Faustão?!? Uahuuhauhauhahuauhuhauha! - O chefe de Madureira está aos prantos:
- Vocês são foda, ficam falando essas coisas (soluços) foi mal, mas é isso, to emocionado, vem aqui e me dá um abraço irmão, snif! - Fala levantando-se da poltrona. Fausto Silva narra o momento:
- A emoção e amizade enchem o palco do Domingão!

Alguns dias depois do abraço, Buzina abria o coração pra Madureira:
- Fiquei emocionado mesmo, cara, foi de verdade!
- Porra, Buzina, e arranca um taca da minha orelha na Globo??
- Ah meu, tu me abraçou e daí eu fiquei pertinho e não resisti! Mas já devolvi teu brinco.
- É. Devolveu dois dias depois.

terça-feira, setembro 05, 2006

Eleições 30 D.C.



Jesus entra para a política, temendo o avanço das ações do Tinhoso no estado. Com a confirmação da candidatura do Diabo para governador de Jerusalém pelo Partido da Causa Evangélica, o filho de Deus se filia ao Partido Verde. Eu não achei uma boa opção:
- Mas tinha que ser no PV, Jê? Cheio de viado nesse partido…
Jesus ignora meu comentário e me avisa enquanto seguimos aos estúdios da TV Asneirantes abordo de um camelo preto de quatro patas :
- No debate desmascaro o Diabo, ele anda se fazendo de santo por aí! Ontem mesmo vi o cão comendo pastel e beijando criança remelenta no fim da feira, logo ele que detesta criança!
- Hum. Fome.De que era o pastel?

Judas era o assessor do Diabo, função que eu exercia pra Jesus. Chegamos no horário marcado e Minton Neves era o mediador:
- Não quero mercham por aqui! Vocês apresentem o plano de governo mas sem citar patrocinadores! Vamos começar a transmissão.
O Diabo ajeita alguns papeis e sorri falsamente para as câmeras, enquanto Judas lustra seus chifres. Já Jesus esta todo descabelado (o Marketeiro era eu) e tem algumas placas de pedras sobre o balcão. O Tinhoso olha desconfiado e alerta o mediador:
- Olha Datena, eu sou TO-TAL- MEN- TE contra violência, mas se esse hippie trouxe essas pedras pra me acertar, eu pego o tridente e furo ele TO-DI-NHO!
Eu intervenho irritado:
- Cala boca Diabo, seu viadinho! Nessas pedras estão os projetos de campanha do Jê pra Jerusalém!
Minton Neves avisa:
- Datena é o meu CARALHO! E preparem-se que vai começar…Boa noite! Hoje a Rede Asneirantes apresenta o tradicional e imparcial debate entre os candidatos ao governo de Jerusalém. Desse lado temos o magnífico candidato do PCE, o Diabo, esse cara gente fina, bonito, inteligente e muito competente, EU voto nele sem sombras de duvidas! - O capeta é só sorrisos enquanto Minton Neves continua - Já pelo ridículo Partido Verde, um antro de viado, sapatão e maconheiro, esse tipinho asqueroso, cabeludo e sujo que atende pelo nome de Jesus, vê se isso é nome de gente?? E é judeu esse filho da puta!
Jesus comenta baixo no meu ouvido:
- Acho que o cabeção tá puxando a sardinha para o lado do chifrudo e denegrindo minha imagem.
- Não vi isso não, achei nada demais seu judeuzinho de merda …mas tu fuma maconha mesmo, Jê? E também acho "Jesus" um nome feio da porra, nem tinha me ligado nisso!

sexta-feira, setembro 01, 2006

O Saber divino

Num tempo onde torpedo era um bilhete que você (um tímido cagão) mandava uma cantada escrita num guardanapo pelo garçom:
- Aníbal, faz um favor, leva esse bilhete pra aquela gostosinha da mesa três.
Aníbal era um garçom gente fina, mas burro pra caralho. Deu o bilhete pra mina errada. A mina errada tava acompanhada do cara errado, ou seja, estava com o namorado marombeiro que tinha ido ao banheiro dar uma mijadinha ou um tirinho, sei lá.
Graças a deus em 1986 eu fiz um curso de Sinaleiro de Aeroporto por correspondência, do Curso Monitor. E naquele momento, todo meu corpo tornou-se uma fonte de informações visuais. Peguei uma garrafa de Campari e outra de Bitter e agitei os braços em movimentos de negação para Aníbal:
- NÃO É ESSA!! NÃO É ESSA!!
E na mesa, Aníbal entrega o bilhete a guria:
- Um bilhete pra você.
- Pra mim? Quem mandou?
- Não conheço não. É aquele cara ali que ta dançando break com duas garrafas na mão. Se eu fosse você não dava confiança, ele deve estar num foguete monstro...falando nisso vou chamar o segurança e tirar esse bêbado daqui.
Uma voz de trovão interrompe o dialogo:
- Não precisa chamar segurança, eu resolvo isso...
Era o namorado que voltara do banheiro. Ainda tive tempo de ver a guria cruzando as mãos no rosto e piscando freneticamente de felicidade:
- Pode deixar, garçom, o Claudinho resolve isso em dois minutos. Ai que homem!
Mas graças a Deus, em 1985 eu fiz o curso de malabarismo de circo que meu irmão ganhou da madrinha dele e tava jogado lá em casa . E com as garrafas na mão, comecei a girar e dar saltos mortais, fazendo de meu corpo uma perfeita maquina de equilibro e rapidez.
ZAZAP! ZAZAP!ZAZAP!
O marombeiro não parecia gostar muito desse tipo de apresentação e continuou vindo em minha direção:
- Termina logo essa palhaçada pra entrar no couro!
Só não apanhei naquele momento por que em 1984, Deus pôs em meu caminho o Curso Expresso de Coqueteleiro do Tom Cruiser. Peguei limão, açúcar, gelo picado e com onze braços sincronizados fiz a melhor batida de Campari e Biter já realizado em toda superfície terrestre . Dei um rodopio final e entreguei sorrindo a bebida ao marombeiro. Todos me aplaudiam de pé no bar, mas o troglodita falou rispidamente:
- EU NÃO BEBO!
O destino e suas surpresas. Quem imaginaria que eu, em 1979, contrariando a todos, me inscrevi espontaneamente no curso de catecismo da igreja perto lá de casa? Só deus mesmo pra fazer isso em minha vida. Lembro que logo na primeira aula, a carola ensinou o “pai nosso”. Bagulho chato da porra, nunca mais voltei lá, mas aprendi a reza. E agora, inspirado por força divina, me transformo num monge e rezo com toda a fé humana, transformando meus neuronios em pura energia espiritual, pedindo a ajuda de Deus.

Quem me conhece pessoalmente sabe de onde vem a cicatriz abaixo do meu olho esquerdo, se voce me conhecer um dia, agora tambem sabe.

Ontem pela manha, recebo a informação que meus pontos na carteira de motorista estouraram e terei que fazer um curso de direção defensiva. Ciente desse fato, guardo o aviso de Detran e olho para o céu enquando passo a mão na cicatriz de meu rosto:

- Deus, vai a merda, vai!

quarta-feira, agosto 30, 2006

Tempo que não tenho.

Tenho dormido mal. Não sei se é por causa do strees ou de outro fator emocional. Eram umas quatro horas da madrugada e eu fumava um cigarro na cozinha, quando alguém bateu na porta de serviço. Fiquei surpreso pelo horário mas abri a porta sem pensar muito. A Morte veio me buscar:
- Era pra você estar dormindo, facilitava meu trabalho. Agora vai ser a lenga lenga de sempre... - Disse aquele ser estranho. Sem cerimônias , a Morte abre a geladeira, dá uma olhada sem compromisso e continua a falar:
- Leite desnatado. Margarina com fibras. Frutas e legumes. Peito de frango, mas que merda de comida é essa?
- É comida saudável. Dietas de minha mulher . Mas não estou entendendo a sua visita. É o cigarro?? - A Morte fecha a geladeira e levanta os ombros:
- Não tem que entender nada. Só cumpro ordens. Vamos?
- Pra onde?
- Pro inferno. E não se demore que o trem que vai pra lá, parte as seis da manhã.
- Caralho(!) assim na lata?!?
- Você sabe o que fez durante sua vida. Ou pensou que tudo passaria em vão?? O "homem" lá de cima não vacila!
- Meu Deus! O que é isso? O que fiz pra ir pro inferno? Matei? Não mato nem barata!
- Quer uma lista dos erros?

Comecei a pensar no que fiz durante a vida. Sim, eu tinha cometido erros, mas todos cometem. O remorso foi me invadindo a alma. O medo também estava lá. Precisava ao menos me desculpar de algumas pessoas. Olhei a Morte lustrando uma maçã em seu manto negro e morde-la em seguida. Era bizarro, mas real. Tentei negociar minha rendição:
- Morte, posso me despedir de minha mulher?
- É nobre. Você vai contar de seus adultérios. Sei disso. Vá lá , você tem 5 minutos.
Entrei no quarto escuro e acendi a luz do abajur. Minha mulher acordou confusa:
- O que foi Marcos? Aconteceu algo? Que horas são?
- Calma Claudia. Vim me despedir. A Morte veio me buscar.- Minha mulher me olha atônita e percebe que alguém parou na porta do quarto. Era a dita cuja que inclina a cabeça num comprimento mudo. Eu continuo:
- Quero dizer que te amo muito, muito mesmo, mas cometi alguns erros. Eu te trai. Peguei sua amiga Suzana, sua prima Márcia - eu olho pra Morte e ela me cobra mais uma acusação. Finalmente falo da recente traição - e a mulher do vizinho do 801
.- Opa , perai! - Me interrompe a Morte. - Não foi a mulher do 802 que você comeu? - O estranho personagem saca um caderno do bolso e confere.
- Está no relatório e "eles" não erram sobre isso. - Minha mulher permanece muda e eu digo:
- Claro que comi a mulher do 802. Ela é minha mulher! Aqui é o apartamento 802!
- 802??!? Puta quel paril! Teu nome não é Armando? - Diz a Morte embaraçada. Eu já tenho um receio:
- Não. Meu nome é Marcos e aqui é o apartamento 802. Armando é o vizinho do 801. - Falo olhando pra minha mulher. A Morte está envergonhada:
- Vamos esquecer o que aconteceu aqui. O corredor do prédio estava escuro a acabei batendo na porta errada. Também, no escuro é foda! Mandem o zelador arrumar a minutaria! Bem , já vou indo. Ate qualquer hora! - Disse saindo do quarto e seguindo pra cozinha. Senta-se na mesa e olha o relógio de pulso. Espera alguns minutos e volta ao quarto. Me vê disparando 3 tiros no peito de Claudia e sair decidido do apartamento com arma em punho. A Morte senta-se na cama, ao lado de minha mulher e diz:
- Lamento, Claudia, mas foi a única forma que encontrei para leva-la. Essa sua vida saudável, lhe levaria ate os 100 anos. - Mais quatro tiros são ouvidos no edifício. A Morte levanta o dedo como se chamando atenção - Pelos disparos, Armando também ja deve estar pronto. Vamos, que o trem sai as seis. by Velho.

Na noite seguinte, eu tive uma perfeita noite de sono.E também garanti uma futura viajem de trem. Sei que parte as seis da manhã. Só não sei quando será o dia.

segunda-feira, agosto 28, 2006

Vão lendo isso ate eu arrumar tempo.

O traficante parecia apreensivo , apesar de sua profissão indigna.
- Se liga com esse bagulho! Toma em casa e se tranca. Não dá bobeira! - Ele dizia antes de soltar o envelope com as duas cápsulas.
- Ok! - Respondi afobado.
- É serio, cara! Vacilou já era! - frisou finalmente soltando o blister com as duas cápsulas de Orkut.

Eu estava tão apressado, que resolvi ir voando pra casa. Voar hoje em dia é meio problemático. Voar nem é o problema, foda é pousar. Tem tanto fio que a gente se enrosca direto. O pior é o fio de telefone, que é cinza e às vezes nem da pra enxergar. Ainda bem que aprendi a voar invisível, assim ninguém me zoa quando caio por causa desses fios. Ultimamente só tenho pousado em telhado mesmo. É mais seguro. Pouso e me transformo num inocente gato que é um bicho que sabe andar no telhado na boa.Uma vez eu desci do telhado e no chão , o cachorro do vizinho veio me atacar cheio de fúria. Corri muito pelo muro, coração disparado, quase me fodo. Pra não correr mais esse risco quando estou no chão, viro um cachorro. Essas coisa são mais complicadas que parecem. Voar , ficar invisível, me transformar num gato, depois um cachorro. É cansativo. Pior é quanto venta e tenho que voar de olhos serrados por causa da areia da obra. Tinha acabado de virar cachorro quando Roberto Carlos chegava no portão e nem acreditei que era ele. Comecei a sorrir latindo. Roberto parece não gostar de cães:
- Passa, passa pra lá , cachorro! Sai daí!
Fiquei muito puto. Como esse corno não pode gostar de cães! Pensei como um crocodilo e sentei. Esperei Roberto pegar confiança pra entrar. Ate abanei o rabo e abaixei as orelhas. Quando ele finalmente entrou, eu mordi a perna dele. Doeu muito, pois era uma perna de ferro, quase quebrei os dentes. Roberto me xingou de filha da puta e foi ver os danos na perna mecânica. Quando ele levantou a barra de sua calça azul celeste , notei que a perna estava toda enferrujada. Fudeu-se, peguei tétano. Na forma de um cachorro, eu gani chorando. Minha tia ao me ver assim , resolveu me levar a uma aldeia indígena, pra fazer o tratamento contra mordida de sapo. Na aldeia , Padre Cícero me recebe com aquela cara de padre:
- Que aconteceu com esse cão? É lepra? - São Francisco me carrega nos braços e responde:
- Se o Senhor não é santo, porque age e atende como um? Não é lepra, é tétano!
- Tétano?? Bela merda! É só tomar nove injeções na barriga que isso se resolve. - Eu não entendi e entrei na conversa:
- Má como é burro esse padre!! Isso é pra curar raiva! O que tenho é tétano romantico! - São Francisco me larga no chão espantado:
- Cachorro que fala??? Segue reto satanás!! Isso é um capeta!! - Padre Cícero cai morto por causa da mordida do sapo. Eu gritei:
- Santo não resolve nada! Quero falar é com Deus mesmo! - O céu se abre e Jesus desce numa nuvem. Quatro anjos enormes, de óculos escuros, faziam sua segurança.
- Que queres de Mim, Pedro. Porque estas na forma de um cão??
- Por causa dos cachorros que vem me morder quando estou gato. - Jesus alisa o bigode pensativo:
- Entendo. Mas antes do sol se por , você me negara três vezes. Assim será.
Os guardas de Pilatos nos cercam. Um deles me pergunta apontando para Jesus:
- Cão, você conhece esse homem?
- Conheço.
- Tem certeza disso?
- Tenho.
- Por sua conta e risco?
- Pode perguntar.
- Valendo MEIO MILHÃO DE REAIS: Acionem o relógio na tela quando eu terminar de fazer a pergunta. Serão trinta segundos para a resposta. Lá vai! Pronto?
- Pode perguntar Silvio.
- Valendo MEIO MILHÃO DE REAIS!!
- AIRTON SENNA DA SILVA DO BRASIL!!! É TRI CAMPEÃO DE FORMULA UM!!

sábado, agosto 26, 2006

Bicho, eu prefiro ter um filho VIADO do que um filho que comenta em blog!




Dica do Fabio

quinta-feira, agosto 24, 2006

Prólogo - Loose Change.

Com os aviões já no ar, os pilotos recebem simultaneamente via radio as coordenadas e a indicação dos alvos a serem destruídos:
- O alvo está na rota 154 barra 11 , target 58 do GPS, no visual a Praça dos Tres poderes e suas sedes.
O piloto do avião líder, confirma com os outros pilotos:
- Ok! Vocês ouviram, vamos pra lá!
Alguns minutos depois o piloto do avião 3 comenta no radio aberto:
- Porra, sei lá,isso vai dar um trampo danado...
- Eu também acho. - Responde o piloto 2
- Podicrê! Será que pega alguma coisa se a gente se largar daqui? - Insinua o líder quando finalmente o piloto da quarta aeronave fala:
- Simbora! Vou pra casa, a novela começa daqui a pouco. Falôai galera!
- Demoro! Só vou dar uma zuada com o jato, dar uns loopings e tal e vazar. Fui! - Avisa o lider
E cada um dos quatro aviões toma um destino diferente sem soltar um único disparo

Mas um momento, se os aviões não bombardearam nada, como Jose viu e ouviu as explosões? Vamos voltar a fita e confirmar isso. zzzzzZZZZ.....


...saznic sa erpmes es-marbos ,ogof oD –
:ota oirpórp o odnavresbo alaf e otnac ed asem ad eromrám ed opmat on oturahc od atnop a etab , adagart everb amu ád ,oruoc ed anortlop an es-atneS .otercsid osirros mu moc edneca o e oãisaco arap odaraperp oturahc o etnemasodadiuc apacneseD .uéc on odnamrof es argen açamuf ed serrot sagnol sa e etnoziroh on ogof od oãralc o êv esoJ ,otelpmoc rop satreba sanaimrep sa moc arogA .aserprus mes áj seõsolpxe savon e seneris sariemirp sa evuO .setniuges sad odíur o moc odnamutsoca es iav E .oãsolpxe ad otcapmi o moc atsussa es e romert o etnes esoJ . uéc o odnazurc seõiva so evuo ele ,sioped sotunim snuglA
.odrob a átse elE .sotunim etniv a zed ed someT – rotucolretni o odnasiva agil e ótelap od ralulec ortuo agep ,ohlerapa o ahcef esoJ – .lanis o rad uoV !omitÓ –
.oidérp on uortne elE .odamrifnoC –
?olA –
:otnorp ed edneta ele e acot ralulec O.oliüqnart ecerap odut e adahcef anaisrep alep adipár adaipse amU .euqsíu ed esod amu ed es-rivres ed sioped sasoisna soãm sa agerfse esoJ ,oãrasac odaçardivne e osouxul oN


Bem, já que é o PT que esta no governo, é evidente que Jose foi alvo de uma pegadinha. Nada é o que parece ser.
- Mas eu vi as explosões, ate trremeuu a casa! - Questiona Jose embaraçado no casarão.
Sim , tremeram porque foram previamente instalados vibradores de concreto no assoalho.
Mas quem vai explicar melhor tudo isso, é Morpheus que acompanhara Jose, em nosso documentário Desvendado o Código do Prólogo.
- Boa noite! Meu nome é Morpheus e junto com Jose, revelaremos o que é real nessa viajem alucinante. - Jose limpa o suor da testa com um lenço e pergunta abismado:
- Ate agora não entendi pourra nenhuma, os aviões não explodiram Brasíiilia?
Morpheus com ambos braços pra trás, responde com aquela cara de besta:
- Exatamente, e falando nisso nem existiam os aviões, as cenas que foram mostradas foram feitas em um fliperama aqui de BSB, num desses simuladores de F22. Já os diálogos foram feitos pelos estúdios Herbert Richard.
- Pra PULTA QUEU PARIIIL vocês, brincadeiira sem graça, SÔ! - Dispara Jose enquanto enche o copo de uisque. - O negão alerta:
- E não beba muito desse uísque que ele é falso.
- GUUUUUSP! O charuto então também não era cubano??!?
- Baiano. E como foi citado pelo narrador, aqui nada é o que parece ser.
- Então...o Lula está vivo?
- Sim, são e salvo no Palácio.
- Não é possível, eu vi aquela pourra toda pegando fogo, sirenes por toda cidade...
Morpheus dirige-se a janela e explica:
- Essas persianas na verdade cobrem uma tela de alta definição, não são janelas reais.
Se eu ligar a video você assistirá cenas do ataque de 11 de setembro devidamente editadas por computadores. - aponta o controle e liga play - Veja com seus próprios olhos Zé :

"Agora com as permianas abertas por completo, Jose vê o clarão do fogo no horizonte e as longas torres de fumaça negra se formando no céu."

- Eu tenho a nítida impressão que já vi isso...- Diz Jose meio confuso.
- Chama-se Dejavu, é uma falha da Matrix. Você já viu tudo isso e vai rever muita coisa daqui pra frente. Agora é hora de você escolher - Morpheus abre a mão e mostra uma única pílula vermelha a Jose.
- Mas só tem uma escolha?
- Só.
Jose pega a pílula e a observa nas pontas dos dedos:
- Tem uma estrelinha desenhada aqui, ta bem escondida mas tem.
- Sim, tem uma estrela de difícil visualizacao. Mas você esta esperando o que?
- Porra, isso vai ser difícil de engolir, tem que ser a seco?
- A seco - Responde friamente o crioulo, enquanto vê Jose engolir o comprimido:
- Glup! Arg! Coisa ruim, sô! To mei zonzo já...o efeito passa rápido, Morpheus?
- Você ainda esta sob os efeitos da pílula que tomou em 2002. Como são iguais, essa também dura quatro anos. Boa noite.

quarta-feira, agosto 23, 2006

Prólogo II.

Incomodava a presença silenciosa do Coronel Antunes postado atrás do capitão que orientava os quatro pilotos na sala de comando da Base Aérea:
- As coordenadas vocês receberão via radio. Não se trata de uma simulação, a operação é real. O ataque será em área civil e dentro de nosso território. Confio o sucesso da missão em suas mãos, vocês foram treinados exaustivamente para isso.
Os pilotos ouvem as recomendações com preocupação e perguntas vinham à mente. Porque diabos o Coronel estaria ali? E afinal quais eram os alvos? Área civil, nosso território? Ataque real? Tudo era estranho e desconfortável. Por fim, o capitão consulta o relógio e despede-se:
- Desejo boa sorte, logo vocês vão partir. Vale lembrar que o não comprimento de ordens superiores os levará a responder pelos atos. Devo deixa-los com o Coronel que assume comando daqui. Ate logo.

Coronel Antunes inclina a cabeça em comprimento ao capitão que se retira e volta-se aos pilotos, pousando seu quepe sobre a mesa:
- Senhores, a delicadeza dessa operação envolve o total comprometimento de suas partes. Vocês foram informados individualmente que tem minha ordem direta de abater em vôo, aquele que obstruir ou não efetivar o ataque aos alvos. O Brasil conta com seus soldados e vocês estão aqui para proteger nossa nação de qualquer distúrbio que possa comprometer nossa soberania. Dentro de alguns minutos o Ministério do Exercito declarará o alerta de segurança nacional e é imprescindível o sucesso dessa missão na efetivação desse alerta.

terça-feira, agosto 22, 2006

Presizo de corretores hortograficos e gramaticais.

E nao é que horto tem a ver com grama??
Seguinte, tô com as estorias do Buzina Encardida e Madureira (Sim, ele mudou de nome!) aqui pra passar pra voces. Sao sete contos sem edicao e ricamente encardenadas em Word. Quem quiser, manda o email.

E o que eu ganho com isso? Bem, esses textos estão sem correção e gostaria que voces me apontassem os erros pra eu deixar esse bloco ok.

E aí, tem jeito?? No MSN therealvelho@hotmail.com

segunda-feira, agosto 21, 2006

Prólogo.

No luxuoso e envidraçado casarão, Jose esfrega ansiosamente as mãos depois de servir-se de uma boa dose de uísque. Uma espiada rápida pela persiana fechada e tudo parece tranqüilo.O celular toca e ele atende de pronto:
- Alo?
- Confirmado. Ele entrou no prédio.
- Ótimo! Vou dar o sinal. – Responde com forte sotaque interiorano de São Paulo. Jose fecha o aparelho, pega outro celular do paletó e liga avisando o interlocutor – Temos de dez a vinte minutos, ele já está dentro. Podem enviar os caças.

Dado o recado e alguns momentos depois, quatro aviões cruzam o céu sobre o casarão . Jose sente o tremor e se assusta com o impacto da explosão distante. E vai se acostumando com o ruído das seguintes. Ouve as primeiras sirenes e os jatos cortarem o ar já sem surpresa. Agora com as persianas abertas por completo, Jose vê o clarão do fogo e as longas colunas de fumaça negra se formando no horizonte . Desencapa cuidadosamente o charuto preparado para ocasião e o acende com um sorriso discreto. Senta-se na poltrona de couro, dá uma breve tragada , bate a ponta do charuto no tampo de mármore da mesa de canto e fala observando o próprio ato:
- Do fogo sobram-se sempre as cinzas... somente cinzas.

quinta-feira, agosto 17, 2006

terça-feira, agosto 15, 2006

D.C. 33,99 - O ano que não existiu.


Jose afia uma faca numa pedra canoa e puxa assunto com Maria que prende roupas no varal:
- Ando com uma pulga atrás da orelha, mulher. -Maria com um prendedor na boca, ajeita um lençol e responde a Jose coçando a cabeça:
- Pulgas? O que me aflige são os piolhos e as lêndeas.
- Sabe o que é Maria, acho que o Jesus anda meio...assim...meio...estranho, sabe?
- Estranho como?
Jose testa o fio da faca no braço e retruca:
- Ah Maria, você já viu o cabelo dele? Longo, macio, sedoso, todo pentiadinho...
- É a vaidade dos jovens, Jose. Quando ele ficar careca como você , não vai mais ligar pra cabelo.
Surpreso pelo comentário sobre sua calvície, Jose ajeita os escassos fios da lateral da cabeça:
- Estou muito careca?? Mas não é disso que falo, é que ele tem os cabelos e os cuida como uma mulher.
- Não fale bobagens, Jose, ele cuida da barba da mesma maneira. - Fala Maria carregando a cesta de roupas vazia. Jose faz rodeios:
- E você não acha isso esquisito? Um homem de trinta e poucos anos, não tem namorada, magrinho sem barriga nenhuma, todo vaidoso com o cabelo se é que não os pinta de castanho claro...
- Será? Agora que você falou...
- Pior. Ele só anda com esse que chamam de Velho! - Maria junta as mãos e cruza os dedos:
- Nosso filho é gay???
- Opa, pérala! "Nosso" uma virgula, eu só criei! Ele mesmo diz que é filho de Deus, não tenho nada com isso não! - diz Jose rispidamente.
A conversa é interrompida quando eu e Jesus chegamos na casa. Jê esta com pressa, pois estávamos atrasados pra sagrada sexta feira na taberna:
- Oi pai, oi mãe! - Jose e Maria nos olham desconfiados. Maria questiona:
- Jesus, você não vai jantar?
- Não mãe, já vou sair, só vim em casa lavar os cabelos. - Jose dispara:
- Não falei Maria??
Prevendo um conflito familiar e conhecedor das cajadadas de Maria, falei a Jesus me retirando:
- Então Jê, to indo lá.
- Ok, a gente se encontra na taberna!

Eu já estava no bar a uma meia hora, quando Jesus entra arrasado no lugar. Ele senta-se ao meu lado, enquanto eu peço mais um copo a Maria Madalena:
- Que cara é essa Jê?
- Putz, tu nem sabe...
- Que foi?
- Meu pai e minha mãe acham que nos somos viados. - Eu estava com um copo na boca e me engasgo:
- Grusp! COMO??!? Perdão, acho que não entendi!
- É isso mesmo, Velho. Eles pensam que somos homossexuais!
- Ah Jê, que porra é essa?? Eu viado?? Tá louco??
- E pensam isso também de mim. Que lastima...
- Pensar de ti é ate normal, com trinta e poucos anos, não tem namorada, magrinho sem barriga nenhuma, todo vaidoso com o cabelo, se é que não os pinta de castanho claro...- afastei-me um pouco de Jesus e falei desconfiado - Não tenho nada contra isso não, mas tu morde fronha, Jê?

Foi numa sexta feira assim, que Jesus passou a noite com Maria Madalena e eu com algumas meninas da taberna . Graças a esse fato, ganharam rios de dinheiro com filmes e livros.
E meu nome nem aparece nos créditos.

quarta-feira, agosto 09, 2006

Palhares.

O americano James Sellers conheceu o Brasil em 1978. Missionário Mórmon, encantou-se com o país e o fez de lar. Aqui James casou-se com uma brasileira e fundou uma igreja evangélica, desvirtuando-se da religião que praticava anteriormente. Sua igreja tornou-se uma poderosa instituição, adquirindo bens por todo o Brasil. E quis o destino que aqui James também morresse precocemente aos 54 anos de um ataque cardíaco.
Passado o choque da morte repentina, pastores e familiares optaram em embalsamar o corpo do americano e posta-lo em homenagem eterna no palco da igreja matriz, pra desgosto da viúva que não concordava mas foi convencida pela maioria. Após alguma pesquisa, a difícil tarefa ficou a cargo de Firmino Palhares, o jovem taxidermista do Zôo de São Paulo e responsável pelo acervo do Museu de Pesca, em Santos, cidade onde Firmino também mantinha um ateliê e recebe o inusitado convite. Thomas agora é o responsável pela igreja e está acompanhado pela viúva de James, a senhora Marlene. Thomas explica a situação ao taxidermista que coça o cavanhaque ralo:
- Embalsamar o homem? Deve dar, já empalhei golfinho, não deve ser muito diferente.
- Contamos com sua colaboração e discrição, senhor Palhares. - Recomenda Thomas com a mão apoiada sobre o caixão de James. Firmino comenta:
- O caso é que isso é proibido. Vai custar uma bolada...
- Dinheiro não é problema. Faça o trabalho da melhor maneira possível que não nos surpreenderemos com o valor. - Garante Thomas. Firmino prende o cabelo num rabo de cavalo e pergunta curioso olhando pro caixão:
- O corpo ta muito fudido? Morreu de que, foi porrada de carro?
Thomas abraça a viúva emocionado e abre o caixão:
- O corpo está perfeito, ele faleceu há pouco mais de dois dias, foi um ataque fulminante...
Um forte cheiro de decomposição se espalha pelo ateliê. Firmino apressa-se em fechar o caixão rapidamente:
- Rapaz, põe a tampa de volta E ABRE essa janela aí de atrás! Esse cara tá completamente estragado! - Marlene soluça baixinho e tem um lenço a boca:
- Pobre James...
- Não encana não, tia! Ele não sente o cheiro, ta morto mesmo. - Sorri o taxidermista. Thomas espantado, comenta se abanando:
- E olha que alugamos um caminhão frigorífico da Sadia para traze-lo ate aqui.

Palhares trabalhou durante semanas no corpo do americano e pede orientações finais à viúva por telefone:
- Então tia, tá quase pronto, agora tem que decidir a posição dele e alguns detalhes.
- Posição?
- É, tipo, ele vai ficar sentado, de pé...
- Ah sim, claro! De pé.
- Ok, de pé. E a pose?
- Pose?
- É porra, vai ficar com os braços pra cima, abertos, sei lá.
- Braços junto ao corpo.
- Cruzados?
- Não, abaixados mesmo.
- Beleza. Mas a senhora não prefere algo mais estaile e tal? Tipo o Freddy Mercury no show?
- Não, quero ele reto.
- Agora é mais delicado, tia: Com pau ou sem pau?
- Credo! Isso é tão desnecessário...
- Desnecessário porque não é na senhora. Um homem sem piroca não é nada. Inclusive posso ate dar um grau no pau dele, ele encolheu muito. Ou já era pequeno assim mesmo??
- (Ignorando o ultimo comentário) Digo desnecessário porque ele vai estar vestido.
- Vestido?!? Eu não sabia disso! Porra, e eu dando maior capricho na bunda dele. Outra coisa, o cabelo não deu pra aproveitar, coloca uma peruca?
- (Irritada) OLHE RAPAZ, você faça o que entender, essa idéia maluca foi do Thomas, não quero saber mais disso! Trate de terminar seu trabalho e enviar a fatura!
- Ok! Não precisa surtar, tia!

Terminado o serviço, Firmino recebe Thomas que olha a fatura:
- Ficou caro , né?
- Por causa do cheiro. Gastei erva pra caralho.
- Erva?
- É cara, maconha. - Thomas arregala os olhos enquanto olha para o lençol que cobre o corpo embalsamado:
- Você fumou maconha pra não sentir o cheiro?? Empalhou James drogado?!?
- Claro que não! Só fumo depois. A maconha eu usei nele, pra dar volume e tirar o fedor. - Fala Firmino levantando o lençol - Mas olha só, ficou dez!
Boquiaberto, Thomas observa a bizarra figura. James tem uma peruca rastafari , uma camisa vermelha do Che Guevara, calças jeans surradas e chinelos tipo havaianas. Firmino limpa o nariz do americano empalhado com uma flanela:
- O olho eu tive que usar preto, não tinha azul. Dei uma bronzeada nele também, o cara tava muito branco. E tatuei uma folha da canabis no peito - Apavorado, Thomas destaca uma folha de cheque, o preenche e passa ao taxidermista:
- Mudamos de idéia, vamos colocar uma foto de James no palco da igreja. Seu serviço está pago. - Firmino confere o cheque e o guarda:
- O senhor que sabe. - Thomas se retira em passos firmes:
- Obrigado e adeus.
- Ei! E o gringo? Não vai levar ele não?
- Não. Faça o que quiser com essa aberração - Responde Thomas dando uma ultima olhada no trabalho de Firnimo - o destrua ou taque fogo.
Firmino vê o homem saindo e comenta com o corpo do americano:
- Ok. Essa gente é maluca mesmo, né não James? Mas ele me deu ate uma idéia...
Naquela noite Firmino fumou o indicador e o polegar de James. E pensou falando alto:
- Se um dia eu trombar com a Luana Piovani, vou fazer uma presença com o caralho do falecido.

segunda-feira, agosto 07, 2006

ATESTADO

Nao tenho apego nenhum ao PT (votei no bebado) mas ouvir o Xuxu / Dragula afirmarem que o caso da seguranca de SP e que os ataques do PCC é culpa da falta de controle das divisas de Paraguay e adjacencias doeu pra CARALHO! Vao tomar nos seus cus e façam algo, bando de vagabundos e faladores mentirosos! Voces nao tem um saco aí no meio das pernas nao??
Meu, jogar a bronca de sampa pra a fronteira foi da maior caruda que eu ja vi estampanda no fucinho de um sujeito que se diz HOMEM.

Coitados de meus filhos , netos e do pai e avô deles. E de voces que leem. Foi mal, mas ta foda de ver isso.
Lá no fim.

Hoje tenho um post pro vocatus e um tutorial pro abobra. Faça o favor de ir no fim da pagina, la embaixo e votar no pai que ele fica todo feliz. Já volto.


sexta-feira, agosto 04, 2006

Texto perdido na HD que nunca deveria ser publicado.

Meu novo chefe paraíba anda perturbando antigos dogmas aqui na câmara. Ha mais de dez anos eu chego aqui no trampo, tomo um cafezinho, acendo um cigarro, pego A Tribuna e vou dar minha cagada matinal. Isso leva cerca de 25 minutos. E há mais ou menos uns dois meses, o paraíba que antes de falar algo, emite um ruído estranho, veio me apertar no topo de sua altura hierárquica de chefe:
- Hurg, você demora muito no banheiro.
- Pois é. - Falei na insignificância de meu cargo - Prisão de ventre, sabe...
- Wurr, e porque voce não faz em casa? Você perde meia hora de tempo produtivo lá dentro do banheiro.
Imediatamente me recordei do caso do canadense George Austin, o mártir dos funcionários públicos que em 1984 foi proibido de cagar remunerado e numa fantástica e dolorosa greve de fazer coco, convocou toda população que comovida com os maus tratos do servidor, exigiu um plebiscito que refez toda a política do funcionalismo publico mundial, estabelecendo assim, os “Sagrados trinta minutos no banheiro do trabalho”. E antes de abrir o bico e verborrarizar em direcao ao carrasco que oprimia minhas necessidades fisiológicas, lembrei- me também que sou cargo confiança e não possuo nenhuma garantia de emprego. E com o peito cheio de ar, respondi ao atarracado:
- Você sugere que eu tenha que acordar uma ou duas horas mais cedo pra cagar na minha casa?? É isso mesmo que você esta me propondo??
- Huuf, exatamente.
- Ok, vou tentar.
Hoje em dia eu não mais cago no trampo, emprego ta difícil. Mas garanto que meu chefe consome 90% de meus peidos profissionais. E ele não pode reclamar:
- Uffug! Que cheiro! Você veio de sua sala pra peidar aqui?
- Não, eu vim lhe entregar a primeira folha da planilha do relatório de despesas. Ate o fim do dia , lhe trago as outras oito ou nove que faltam. E sem perder tempo produtivo.

segunda-feira, julho 31, 2006

Ouça e ignore o video, hoje tá muito frio pra escrever .
UPDT: Esse link foi deletado por conteudo altamente EMO segundo o Fabio. Ai meus dedos...

quinta-feira, julho 20, 2006

A festa do copo vermelho até que foi legal...

Mas antes da roda gigante do terror, houve a viagem. Entenda que eu havia prometido a meu filho um passeio ate a Disney nessas férias e não iria decepciona-lo:
- Lucas, nós vamos a Disney, mas temos que fazer uma espécie de vestibular primeiro. - O menino era a desconfiança em pessoa:
- Como assim "vestibular", pai?
- É muito simples. Para chegar ao parque americano temos que pegar avião e tal. Logo, vamos simular essa viagem e o destino. Aqui mesmo em São Paulo temos um parque...
- AH NÃO PAI! Hopi Hari NÃO! Você prometeu a Disney!!
- Não, não vamos pro Hopi Hari, fica muito longe. Vamos no Playcenter mesmo... e de excursão!! Você vai se sentir num avião andando no ônibus da Breda!
Confesso que levei algumas bicudas na canela, mas garanto que minha atitude visava garantir a integridade de meu filho. Viagem longa tem fuso horário, a gente fica meio fora de órbita, sabe com é. Não quero que meu moleque passe por isso.
Liguei para meu agente de viagens e o consultei:
- Hilário, é o Velho. Você ainda faz excursão?
- Opa Velho, claro! Nesse fim de semana vamos pra Aparecida do Norte. Tem lugar no ônibus ainda...
- Não, dessa vez quero algo mais sofisticado. Vou levar meu filho pro Playcenter.
- Ah meu, Playcenter eu não faço mais não, tudo muito caro lá e eles tão embaçando com comida que a gente leva. Da ultima vez que eu fui, aprenderam a garrafa térmica de sopa de minha cliente. Mas tenho uma conhecida de confiança que faz, perai... anota aí: Valdineia Tour, nove sete sete dois...

Marquei a viagem e senti firmeza. A saída foi marcada para as nove da manhã em frente a Prodesan e aqui em Santos excursão de tradição ou sai dali ou da lateral do Extra. E às nove horas, eu, CPU , Lucas e mochila estávamos no locam combinado. E pontualmente as 10:15hs o micro ônibus escolar encostou, transbordando alegria e maloqueiro. O motorista abre a porta e me pergunta:
- Excursão da Valdinéia? Sobe logo que já "tamô" atrasado!

terça-feira, julho 18, 2006

E enfim o encontro com Homero.



Negociações a fim de preservar meu anonimato. Não iria me expor e correr o risco de perder respeito profissional em função de textos cretinos que escrevo na Net. Nem que por hora, isso pareceria render alguns trocados ou mesmo encher minha caixa de ego. E no telefone:
- Homero, estou subindo amanhã. Quero um lugar que seja aberto, publico.
- Ótimo. Podemos marcar em algum café.
- Entenda Homero, eu só bebo café ate as dez da manhã. Pelos meus cálculos, devo estar em São Paulo por volta das onze horas. Um café é inviável nesse horário.
- Sem problema, vamos a um restaurante.
- Você não acha que seria muito cedo para um almoço?
- Olha, estou dando sugestões. Um bar, pode ser um bar?
- Você insinua que sou um bêbado?
- Claro que não. Que lugar você quer afinal?
- Um lugar aberto, acho que fui claro no inicio dessa conversa. Mas se não existem lugares assim em sampa, podemos deixar isso de lado...
- Não, não, temos lugares abertos. O parque do Ibirapuera é uma opção.
- Nunca fui nesse parque. O que tem lá?

Ficou decido que o encontro seria no Playcenter. Mas exatamente naquela roda gigante que nos fornece uma visão perfeita da magnífica marginal Tiete. Assim eu mataria dois coelhos com uma só cajadada, tudo pra facilitar nosso encontro: andaria de novo no Looping enquanto Homero procurava um monitor, um teclado , um mouse e uma fonte (exigi que fosse estabilizada) para acessar minha CPU e avaliar alguns textos inéditos. O que tinha tudo pra dar certo, começou errado. Descobri que não tem mais o Looping no Playcenter e que a roda gigante era bem mais alta do que imaginei. Dois garotos que estavam a bordo de nossa cesta, insistiam em rodar o aparato. E eu estava preocupado com a segurança dos meninos ao verificar a altura em que me encontrava:
- Meu deus do ceu, como isso é alto...opa! Moleque não roda essa merda...CARALHO, PARÁ DE BALANÇAR O BAGULHO, MOLEQUE!!
- Ah tio! É mó legal!
- Olha seu filho da puta, se ficar balançando esse caralho de cesta EU VOU TE ENFIAR A MÃO NA ORELHA!!
- Vai bater na gente como se esta com as mãos agarradas no ferro do parapeito?? O tiozinho ta se cagando de medo, auhhauhauhuauhauhaauhauh!
Suando frio e sem fazer o mínimo movimento, conclui soltando fogo pelas ventas, encarando os dois pequenos delinqüentes:
- Mas uma hora essa porra tem que parar. Ou eu me jogo daqui e pego os dois lá embaixo...

sexta-feira, julho 07, 2006

A praia de Domingo.




Fazia tempo que não ia na praia de Santos ao Domingo. Praia é de um masoquismo sem tamanho. Começa com a duvida se o tempo vai ficar bom o dia inteiro. Pode ser que no meio do dia caia uma chuva torrencial e você humilhado , corra para algum abrigo, sem a mínima classe carregando toalhas , sacolas e cadeiras pela faixa de areia. Bom, se não ocorrer isso, pode se preparar. A principio Deus criou o homem e o homem ia pra praia de sunga, óculos escuros e 20 reais na cintura. Levava 15 minutos e pronto, ele já estava na praia regulando as bundinhas na areia. E Deus percebeu que o homem precisava de uma mulher pra levar na praia. E Deus criou a namorada e Viu que isso era meio complicado , mas de sacanagem deixou o homem ir na praia com a namorada.
O homem não gostou muito da idéia mas no fim concordou.

Mesmo tendo passado o sábado inteiro com a namorada, agora o homem tinha que levar a namorada a praia Domingo de manhã (11:00 no maximo, hein!) . Agora ele levava 10 minutos pra sair de casa e 1 hora aguardando a namorada ficar pronta. Puto, o homem permanecia sorrindo até a hora que ele depara com o minúsculo bikini da namorada. Mas o homem releva . Cadeira de praia, toalha, bolsa com hidratante, protetor, óculos, dinheiro, arquinho, sainha de banho, creme nívea , ele também releva. La pro meio dia , sol do inferno, o homem chega na praia com a namorada. Passa a tarde tomando conta dos marmanjos que foram sozinhos na praia e ficam regulando a bundinha de sua namorada. Saco!!

O tempo passa e o homem se casa com a namorada. Nesse período o homem já sabe a roubada que é levar mulher pra praia e abandona o costume, só retornando com o nascimento dos filhos. Agora levar os filhos a praia é a obrigação de um bom pai. A tralha aumenta muito e alem das tranqueiras da mulher o homem tem que carregar baldinhos, carrinhos, água fresca e o maldito guarda sol. O horário também mudou, agora é bem cedo, porque sol pesado faz mal pras crianças( Nove horas no Maximo, hein!)

Quando Deus fez a praia, não contava que todos gostariam de ir lá, e muito menos que o homem criaria o automóvel. Mas o homem após criar o automóvel achou melhor ir de carro a praia. E foi. Com tudo no carro ele foi arranjar lugar pra estacionar bem pertinho da praia e esqueceu de avisar o prefeito que tinha que haver lugar bem pertinho da praia. Não tem.
O homem, esse impiedoso, procurou lugares não tão pertinhos da praia , embaixo de uma arvore pelo menos. Não tem. Uma hora depois de sair de casa , o homem estaciona o carro num estacionamento descoberto a 5 quadras da praia. R$ 15,00.

Homem, mulher e filhos chegam a praia. Brancos como a neve, os filhos aos cuidados da mãe, são besuntados com protetor solar. O homem, esse ser macho, não passa porra nenhuma no corpo e vai descalço. Sofre horrores com o chão quente, mas se mantem firme, afinal ele é homem.

Cont.

As crianças querem ir direto pra água e a mulher não entra “nessa água suja “. Sobra pra quem? Esse corajoso homem entra na água e é obrigado a se submeter a areia que entrara no seu rego e adjacências. Mas uma vez humilhado , o homem é obrigado a ir mais no fundo do mar pra tirar essa areia incomoda. Decidido , o homem sai da água e vai em busca de uma cerveja. O ambulante não destingue o turista do nativo, ( ambos estão fora de forma e brancos) e você paga 2 paus numa latinha de Schin quente. Mais animado o homem parte pra uma caiprinha e tenta relaxar. Já não se preucupa muito com a barriga nem muito menos com a areia que gruda no seu suor.

A boa.
Já meio chumbado, o homem começa a regular as bundinhas transientes de sua mira. A essa altura ele adquire técnicas especias de regular tudo sem ser notado pela mulher. Olhar perdido no horizonte, ele com seus óculos escuros é capaz de olhar tudo sem mexer a cabeça. Uma maravilha, porem ele percebe que a quantidade de gente e inversamente proporcional a qualidade de beldades. Os canhões e dragões fazem dessa praia um campo de batalha surreal. As celulites e estrias tem seu momento de gloria e agora desmascaram aquela vizinha que você julgava um tesão. Mas a barriga , tranqüila e grande, também faz cair por terra a sua fama de enxuto. Ventou, e agora a areia esta na sua caipirinha, no seu corpo e nos seus olhos. Hora de partir, mas você desatento, regula sem cuidado uma bunda espetacular que desfila em sua frente e pow! A sua mulher viu a cena e te deu um tapao nas costas. Lembre-se que você não passou protetor solar e esta tomando sol a três horas. Doeu!

Recolhe tudo e por boas maneiras limpa a sujeira do local. Vai com a família pro chuveirinho e aguarda a vez na fila. Tudo lavado pela metade, anda 5 quadras com os filhos reclamando de fome. Paga a estacionamento e vê uma batidinha na porta do carro. Na duvida de quem deu a porrada, o homem ,esse justo diz: Foda-se. Carro cheio de gente e areia, segue o caminho de casa. A mulher, essa incompreensível, esta de cara fechada e diz que não vai fazer comida naquela hora. Mais uma vez , o homem para na padaria e compra um frango assado. Chega em casa, come aquele frango sem gosto de nada , abre a geladeira e não vê nem uma latinha de cerveja. Aguarda todos tomarem banho sem poder se sentar no sofá, porque “esta cheio de areia” e depois de 1 hora, toma uma ducha de 10 minutos. Ao sair do banho se vê no espelho, vermelho como camarão e todo ardido. Ensaia uma soneca no sofá, quando a mulher decreta: “As oito nos vamos no Shopping!” Depois disso tudo, o homem , esse filadaputa ( segundo a mulher) , diz que não vai em Shopping porra nenhuma. E não vai mesmo, mas libera o cartão de credito.

terça-feira, julho 04, 2006

Jesus Cristo e o Arco do Triunfo Na Ultima Cruzada.

Atirar pedras nos pombos é um esporte muito popular em Jerusalém. Jesus não gosta de atirar pedras nos pombos, alega que pode acertar um espírito santo por engano, essas coisas esquisitas que ele sempre diz. Eu estava empenhado em acertar uma pomba preta que estava mancando:
- Putz! Quase acertei! Se liga Jesus, o que você acha desse referendo que o Pilatos tá fazendo?
- Do comercio de adagas?
- É. - jogo uma pedra com força - Nossa (!), essa passou tirando uma fininha da porra! Mas que você acha desse lance das adagas?
Jesus dá uma cocadinha na cabeça, com cuidado pra não despentear os longos cabelos:
- Armas são sempre ruins, mas como vão ficar as execuções de criminosos sem adagas? - Eu explico entusiasmado:
- Pensando nisso que escrevi uma carta a Pilatos, sugerindo uma pena muito maneira: O criminoso será pregado numa cruz de madeira e açoitado por vários dias. Depois a gente enche ele de porrada e o sangue do infeliz corre pra alegria da galera. Vai ser o bicho, uma festa! Tinha imaginado a forca, mas ia ser muito rápido e sem graça...
O Filho de Deus passa a mão na garganta e engole seco:
- Melhor manter as adagas...

O Diabo estava fazendo uma campanha pesada a favor da proibição das adagas. Ele montou um palanque cheio de faixas no centro da Galileia e fala mansinho ao povo que ouve desconfiado:
- Gente, milhares de pessoas inocentes são mortas com acidentes envolvendo adagas. Ontem mesmo eu estava limpando a minha adaga, um homem que passava tropeçou e caiu com a barriga bem na ponta da lamina...tadinho! Morreu.
Um sujeito que escuta a estória grita:
- Mentiroso! Esse homem que você fala, morreu com 18 adagadas! - O povo se espanta:
- OHHH!
O Diabo tenta justificar fazendo carinha de vitima:
- Gente, gente, olhem pra mim, não foi assim não. É que ele tropeçou varias vezes...caiu, tropeçou, levantou, tropicou de novo, caiu, levantou...mas só foram 16 vezes, não esse monte, imagina, 18 adagadas(!), que esse caluniador esta dizendo...
Judas no meio do povo, tenta apoiar o Diabo que é seu amante secreto:
- É verdade! Armas são perigosas! Digam não a adagas, facas e a tridentes também! - Ele olha sorrindo pra o Diabo e percebe que disse algo que não deveria. O Diabo tem fogo nos olhos:
- O tridente não, PORRA!
Os ouvintes se manifestam:
- Tridente NÃO! Tridente NÃO! - Judas incita mais ainda:
- Chega de violência: Tridente NÃO! - O Tinhoso tenta acertar a confusão bradando:
- ADAGA NÃO, TRIDENTE SIM! Tridente sim...ah, vão se fuder! Gente burra do caralho... - Fala irritado saindo com o tridente no ombro pelos fundos do palanque.