quarta-feira, novembro 28, 2007

Preciso escrever algo sobre isso.

sexta-feira, novembro 23, 2007

Chamava-se "Táxi Marítimo", uma catraia aberta pintada em azul céu, com detalhes verdes no calado baixo que transportavam algo entre 10 e 15 passageiros e fazia a travessia no canal do porto, entre Santos e Guarujá.
Já havia as primeiras lanchas movidas a motores a explosão, motores herdados de veículos acidentados ou sucatados e adaptados nos barcos, mas eu estava a bordo de bote movido ainda por dois remadores e orientado por um timoneiro, geralmente o proprietário da nau, que agora meio como um malabarista, caminha na estreita borda do barco ate a proa , de onde lança uma corda ao amarrador do ancoradouro da bacia do Macuco e atraca junto as escadaria .



Subo as escadas em terra, dei uma boa olhada de onde estava. O Moinho Paulista destacava-se logo a minha frente, numa construção imponente e moderna. Calculei estar na década de 40, mas não soube precisar em que ano. O lugar era movimentado, caminhões, carroças, carros, bondes elétricos e também um bom numero de bicicletas, todos chegando ou partindo . Havia poeira de areia lambendo o rosto e lama em guias para sujar os sapatos, era preciso atenção e um lenço no bolso.
Notei que desembarcavam muitos trabalhadores de Vicente de Carvalho pelos "Táxis Marítimos". Foi curioso ver os estivadores e obreiros conferirem o horário em um grande relógio branco no alto de um poste de ferro fundido, situado na lateral de uma cobertura de embarque de bondes. Era um ato corriqueiro: eles olhavam o horário e ajustavam seus próprios relógios de bolso, seguindo o destino planejado.


Numa perspectiva geral, muitos terrenos vazios, alguns sem muros ou nivelamento contrastavam com esporádicos bangalôs caiados em cores leves e telhados novos de um vermelho quase laranja zarcão. Eram loteamentos recentes e com apelo popular que aparentemente estava dando certo, vista as crianças e cães que circulavam por ruas de quase nenhum movimento e sem calçamento em direção ao Atlântico. O verde também era farto, arvoredos típicos de manguezais ainda sobrevivam apesar do aterramento da área.
Peguei um bonde que seguiu para Anna Costa e logo desci num trecho de bastante comercio da avenida.





Fotos

http://www.novomilenio.inf.br/santos/lendasnm.htm

http://trolebus.nafoto.net/

http://wrueda.fotoblog.uol.com.br/



sábado, novembro 17, 2007

Abandonei celular por opção. O ultimo quebrou, fiquei um mês sem e notei que não fez a mínima falta. Ontem um amigo comprou um novo modelo e todo feliz da vida, me mostrou os toques:

O primeiro toque é de um esganiçado em voz acelerada (Deus, quem inventou isso?) gritando "ATENDE ESSA MERDA, ATENDE O CELULAR..."

O segundo era aquela risadinha do Pica Pau. Legal né?

Na seqüência, era o Chapolim falando "Não contava com minha astúcia".

Depois, clássicos dos clássicos do celular de favelado, o tema do Missão Impossível.

Desfilaram musiquinhas de Novelas, Jornais, Hits Nacionais e Internacionais.

Culminou-se na Dança (?) do Siri, com o extra de um pequeno vídeo daquele par de bestas quadradas andando de lado e fazendo cara de engraçado.
Olhei para a cara do portador do celular, agora já o considerando apenas "um conhecido" e lhe disse:

- Meu, tu não tem vergonha dessa porra não?
- Tira foto também...
- Cara, vai te foder.

quarta-feira, novembro 14, 2007

D.C. 25

Estamos eu e Jesus lendo jornal na praça de Jerusalém:
- Me passa o caderno de esportes aí, Velho.
Subitamente eu amasso e jogo o jornal no chão ao ler uma manchete:
- Porra! Esse safado do Pilatos tá querendo um terceiro mandato!!
Jesus me olha assombrado e diz:
- Mas que filho duma puta (!), como pode uma cousa dessas?!!
Calmamente, eu o alerto:
- Jê, você falou um palavrão.
- Falei? Nem notei, foi espontâneo...
- Mas não pode, vou avisar Deus sobre isso.
- Tráira.

Subo no monte das oliveiras e chamo por Deus olhando ao céu:
- Deeeeus! Deeeeeeeeus...Tai?? DEEEEEEEUUUUUUSSS….
O filho do homem me observa muito puto e impaciente:
- Não adianta, Velho, só se vai ao Pai através de mim, desista.
As nuvens se abrem e Deus surge com suas roupas brancas e um ramalhete de lírios nas mãos. Está mal humorado:
- Quem é o idiota que ousa Me chamar? Que seja serio, Estou farto de reclamações de pestes, terremotos, dilúvios e essas cousinhas banais...
Prevendo problemas, me escondo correndo atrás de Jê , apoiando as mãos em seus ombros:
- Fudeu! Fala com o Homem aí que o negocio tá brabo...
Jesus me olha com desprezo:
- Eu?? Nem a pau, se vira com o Cara agora...e tire essas patas de mim!
Deus nota Jesus e sorri satisfeito com os braços abertos:
- Jesus é você?! Que bom Te ver , filho! Chega mais e dá um abraço no Papai !
Empurro Jesus que vai contrariado:
- Vai lá , porra!
- Não vai sair barato, Velho!
Pai e Filho se abraçam. Deus passa a mão nos longos cabelos de Jesus e o afaga:
- Tudo bom, Meu garoto?
- Tudo Pai.
- Que olheira é essa? Andas abusando da mirra outra vez?
Tento me aproximar e só foi preciso um olhar de Deus em minha direção para eu mudar de idéia. Ouço ambos de longe mesmo. Deus continua a conversa:
- E sua Mãe, Jesus, vai bem? Estou com saudades da Maria, qualquer hora Passo lá de novo. Quando Jose for viajar, avise seu Paizão aqui. - Fala apontando a si mesmo. Jê não gostou:
- Pô Pai, que papo é esse??
- Nada não, é que Meu Espírito Santo anda subindo pelas paredes...

quinta-feira, novembro 08, 2007

As aventuras do Homem Silencioso.


É fim de maio em Paris e apesar do sol leve, o vento da tarde afugenta os clientes das pequenas mesas externas nos tradicionais cafés da cidade, clientes que agora procuram os balcões e disputadas mesas do interior do estabelecimento para beber café a pretexto de uma conversa fiada. Porem, um habitual freguês ainda prefere ler seu jornal e sorver sua bebida numa mesa do lado de fora.
O Homem Silencioso ajeita o colarinho do sobretudo , protegendo o pescoço do vento e levanta o dedo para o céu, no já conhecido gesto de pedir mais um café. A garçonete usa um leve vestido pouco acima dos joelhos e treme-se ao servir a xícara:
- O senhor não prefere um lugar lá dentro?
Sorrindo com os lábios fechados, o Homem Silencioso paga o café com moedas exatas e inclinado a cabeça para frente em agradecimento, volta-se ao jornal enquanto assopra o café fumegante.

Esta foi uma fantástica aventura do Homem Silencioso em Paris.

quinta-feira, novembro 01, 2007

VOCATVS ATQVE NON VOCATUS DEVS ADERIT

Tive um Atari , um mullet enorme, tambem um TRX, um MSX, um agasalho de tres listas, uma camisa da Bolt e uma Caloi Cross.