sexta-feira, outubro 27, 2006


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VocatuS
xxx
É isso. Me hostilizar é normal, mas a "bactéria" tinha que ter o minimo de bom senso e saber que o garoto olharia os comments do post aí de baixo. Tem gente que não se toca.

quarta-feira, outubro 25, 2006

É hoje meu peixinho!



Vamos jogar vídeo game? Vamos jogar bola? O Santos tá em que lugar na tabela? Vamos fazer uma fila de carrinhos? Me compra uma fitinha? Vamos jogar truco? Me compra figurinha?
Compra Mcdonalds hoje? Você me jogou fora da pista! Não jogo mais! Vamos na praia?
Vamos na vila? Pai, olha o peitão! Não valeu, foi bola alta! Vamos jogar uma partidinha? Você está roubando! Não quero feijão. Pode xingar o juiz de palavrão? Joguei bem? Vamos de moto? Meu pinto tá duro. Posso ir trabalhar com você?

Caramba, fazem 8 anos que peguei na palma da mão (literalmente, o cara nasceu prematuro) uma das duas melhores coisas que já fiz na vida.

Parabéns pelo aniversario, Lucas, você não tem idéia de quanto o pai eu te ama.

sexta-feira, outubro 13, 2006

D.C. e o terror do inferno.


Jesus tenta me corromper:
- Velho, seu estilo de vida é o caminho para o inferno.
Eu tento acender um cigarro de palha quando Jesus me bate na mão em reprovo, derrubando o tabaco no chão:
- Não acenda essa porcaria! Você não sabe que isso faz mal a seu corpo? - Espantado, reclamo:
- Porra Jê! Cumé que tu me joga o bagulho no chão?? - Jesus arrasta o pé , esmigalhando o cigarro na terra. Eu me aflijo - Não caralho! Não pisa, não pisa!! Putaquelparil Jesus, tá louco, é??!?
- Velho, estou tentando corrigir seu rumo. Deus me avisou que aqueles que não cuidam do templo do supremo, não terão direito ao reino dos céus.
- Templo? Que templo? Tu anda usando mirra, Jê? E nem me fez uma preza?
Jesus alisa a barba pensativo:
- Seu corpo é o templo de Deus e não uso mais mirra. Se bem que eu acho que mirra nem faz muito mal... - Um trovão corta o céu num enorme estrondo - assustado, Jesus corrige-se encolhendo os ombros- Opss! Sim, sim, mirra faz muito mal também! - Eu comento olhando o céu azul:
- Acho que vai chover, melhor ir pra taberna procurar abrigo ...
- E porque o abrigo tem que ser justo na taberna?. - Fala Jesus me acompanhando.
- Porque tô com SEDE também, SACOU? Olha Jê, hoje tu tá chato pra caralho! Conversinha enjoada...
- Velho, Deus me orientou sobre o inferno. Lugar horrível, cheio de gente ruim.
- Não tenho medo, passo a vida inteira com gente ruim. Mas me diz uma coisa, no céu tem puta?
- CLARO que não! No céu tem anjinhos tocando harpa.
- Hum. Não tem puta mas tem viados. Lugar estranho. No inferno tem o que, afinal?
Jesus se entusiasma com minha pergunta:
- Velho, lá estarão todos os pecadores, bêbados, viciados, mulheres de vida fácil...
- To gostando, continua.
- É serio! No inferno faz um calor medonho. - inclino a cabeça sorrindo:
- Adoro o calor! As mulheres sem roupa, ai ai , isso é lindo! E você querendo que eu vá escutar bicha com asinha tocando violão? Deus me livre, isso parece um sarau de poesia! E que musica rola no inferno pra eu resolver ir pra lá de vez?
E numa ultima cartada, Jesus suspira sem muita convicção:
- A musica do inferno? Bem, nessa parte meu Pai foi terrivel. No inferno a Rita Lee canta todo seu repertorio num acústico eterno...- Eu me arrepio dos pés a cabeça:
- AVE MARIA MÃE DE DEUS! Isso é uma PUTA sacanagem! Crueldade! Depois é o Diabo que é ruim... mas tipo assim, dava pra levar mirra pro céu?
- Vinho eu sei que tá liberado. – e comenta baixinho, conferindo alguma nuvem carregada - Mas sempre se dá um jeito, né Velho!

terça-feira, outubro 10, 2006

E foi assim.

Sem avisar ninguém. Um dia me sentei na frente do PC e não sabia mais o que fazer com o teclado. Minhas mãos antes ligeiras em acompanhar meus pensamentos , agora estranhavam o que escreviam, se é que se pode chamar assim , apertar botões num layout.
E do prazer egocêntrico de contar estórias, era um ébrio que acordara envergonhado pelo excesso anterior, odiando seu próprio cheiro, fustigado pela consciência sóbria. Leva-me a deriva, nos mares de letras compostas em textos, por vezes ridículos e por maioria comuns, na descoberta aflita da banalidade do que li escrito por mim. Mesmo o rebusco que abuso aqui e pensei ser disfarce ideal, se desfez na chuva, revelando a falta de cuidado em cores berrantes se diluindo e expondo um muro caiado, ordinário e sem cuidado. A aflição se faz vergonha assumida, quando me puno em voz alta:

- Bicho, como eu escrevi merda na net...