terça-feira, julho 31, 2007

Politicamente emperrado.

Vejam vocês, agora que fui preso, penso que realmente eu andava muito, digamos assim, libertino , mas precisamente libertinoso, a liberdade quase criminosa, aqui de novo agindo dessa forma e criando termos novos na língua de Camões. Foi um surto, me perdoem, não volta a acontecer, nem ao menos no msn, garanto,Worm.
Convencido a ferro e fogo que esse ato é nocivo à sociedade, não posso mais afirmar que tinha um tesão danado nas tetas daquela menina inimiga do Pokemon. Tetas que só japonês sabe desenhar, diga-se de passagem.
Doutrinado, já me arrependi de várias posições culturais, agora pensando que não devo ignorar, como sempre ignorei , os preconceitos primitivos. Lembrar de minha mãe dizendo que "meu irmão judiava" do cachorro me deixou ruborizado.
Entendam-me os negões, esses que estão na letra N de minha agenda, que agora vocês vão ter que revelar seus nomes e que o cordial "Fala criolo!" ou "Dizai preto safado!" não mais fazem parte em nossos encontros. Teu nome é João Carlos Del Rey? Agora você está diferente. Haverá encontros ainda? Quando chamo meu filho de "meu nego", sou um causa de um futuro trauma.
O então mundo de chatices, me fez crer que era eu quem decidia o que fazer, desprezando no sentido de não tornar fato, que o sujeito ali usa o cu pra divertir e chama de amor, isso que achava eu, olhe a ousadia, era só sacanagem que não me dizia respeito. Por favor, não mate as moscas, elas são parte de um ecossistema. E não chame o numero seis de meia, alguem pode se ofender.
Era mesmo um tolo cheio de ideologias esse jovem eu.

- Assim está melhor, senhor? Já posso sair?
- Não entendi nada disso que você escreveu.
- E não foi sempre assim.

terça-feira, julho 17, 2007

Bandido S/A. - Pardal


A bordo do discreto Omega amarelo ("Nóis capota mais num breca" pintado em preto na tampa do porta malas) Madureira e Buceta se dirigem a casa de Pardal, o bandido tecnológico. A alcunha era uma referencia ao personagem de Disney, já que Pardal era um delinqüente letrado que ate ler sabia:
- Buceta Encardida e Madureira! A que devo tão nobre visita? Senta aí que estou terminando uma analise e já atendo vocês! - Diz Parda num avental manchado que quase parecia andar sozinho pela magreza do portador. Curioso, Madureira aproxima-se de uma bancada cheia de sangue, estiletes, parafusos, e uma infinidade de ferramentas:
- Que porra é essa, Pardal? Vai fazer churrasco?
- Não , não, estou analisando um cu aqui. - Fala enquanto mostra um vidro de maionese com um pedaço de carne crua bem compactado no recipiente.
- Isso é um cu? Então ta fudido de "hemorróida". – Fala Buceta segurando o vidro com as pontas dos dedos. Pardal explica:
- O cu ta aqui , ó, vira o fundo do vidro.
Madureira se admira com o que vê. No fundo do pote , o ânus milimetricamente recortado:
- (!) Caraio, e não é que tem um cu aqui mesmo! Olha chefe, parece que ta ate olhando pra gente!
Pardal limpa as mãos com um pedaço de estopa e termina a limpeza nas costas do avental:
- É um pedido de João Cachaça. Ele passou fogo no filho, seis tiros, por que diziam que o rapaz era bicha ...
Madureira faz cara de nojo quando recebe o pote das mãos de Buceta e o coloca na bancada segurando pela tampa de aço e comenta:
- cu de viado... - Pardal continua:
- ...e João quis que eu confirmasse isso no cu do infeliz. Pior que esse morreu sem motivo. O cu esta com todas as pregas.
- Vixe! E agora? - Pergunta Madureira.
- Agora confirmo que era viado pesado, foda-se, já morreu mesmo. Não sou eu que vai contrariar o João Cachaça.
- Isso é verdade. - Endossa Buceta esfregando as mãos, ansioso e olhando ao redor - Mas me diz uma coisa, cadê o resto do sujeito?
- O corpo? Enterraram ontem. - Fala Pardal. Buceta insinua:
- E...tipo assim, tu só tirou o cu? Não teria assim, digamos, arrancado uma orelha, sei la? - Madureira coloca a mão na única orelha que lhe resta, como se a protegendo. Pardal estranha a conversa do bandido:
- Orelha?! Claro que não, pra que orelha? Viado usa o cu, né? - Buceta declina:
- Esquece, é que me deu fome...mas o caso é outro, Pardal: Você já ouviu falar no Homem Arame?
- Sim, um filho da puta que anda aí zuando o movimento.
- Então senta aí e vamos conversar. - Diz Madureira puxando as cadeiras da mesa.