terça-feira, dezembro 11, 2007

As aventuras submarinas de um famoso blogueiro.


Em 2001 um famoso blogueiro enojado da mídia e da superexposição, resolveu dar um tempo de internet e fez um retiro espiritual com sua esposa e filhos na Fazenda Recanto, situada na tranqüila cidade de São Tomé das Letras, ali pertinho da casa do caralho. Rodeado e interagindo com elementos naturais, o blogueiro deixou se ser nerd e durante esse período, nem sacar dinheiro de caixa eletrônico na cidade mais próxima ele conseguia:
- ME ENTREGUE CEM REAIS, MAQUINA MALDITA!
- Gregório, você tem que digitar as senhas para fazer o saque...
- NUNCA!
- ...e se você não tomar banho, fica fora da tenda hoje.

Sem banho, Gregório viu-se obrigado a dormir no mato, pois sua mulher era muito mais foda do que ele imaginava. Caminhando pelas matas da região, o intrépido blogueiro alimentava-se de insetos e cogumelos quando escorregou numa profunda falha geográfica e mergulhou num salto carpado dentro de um oceano submerso que havia dentro do mundo. Lá, nadou algumas vinte mil léguas submarinas e se deparou com terríveis enguias gigantes que dominavam um reino de macacos marinhos. Nosso herói prendeu a respiração e numa terrível batalha matou todas as enguias, libertando os oprimidos macacos dessa praga maligna.
Depois desse acontecido, Gregório aprovou sua estadia e esse intenso contato com a natureza na Fazenda Recanto, fazendo desses retiros, um habito anual.

- Mãe, porque sempre que o pai come cogumelo, ele pula no tanque de minhocas e fica nadando lá dentro? Isso é nojento!
- Junior, vai pra lá brincar com teus irmãos...

quinta-feira, dezembro 06, 2007

A vida sem blogs.

Por se tratar de uma droga como outra qualquer, blog vicia. E acho que foi la nos idos de 2004 que tive os primeiros contatos com isso, quando vi um amigo de trampo teclando desesperadamente e visivelmente transtornado:
- Que porra de stress é esse, Ronaldo Roberto?
Sem tirar os olhos do monitor, Ronaldo Roberto fala entre os dentes:
- Meu, um filho da puta aqui me xingou, to possesso!
- O cara te xingou na internet? Um estranho?
- Foi. Mas ta fudido, ele nem faz ideia do que vou escrever dele nesse post.
Confuso, tentei entender um pouco mais sobre isso:
- Mas tipo assim, voce esta escrevendo uma resposta porque alguem te provocou, está se dando ao trabalho de fazer isso?
Ronaldo Roberto para de teclar, afasta a cadeira de rodinhas da mesa, ajeita os oculos e me olha meio surtado:
- Cara, voce sabe quem EU sou na net?? Voce conhece ou já ouviu falar de Red Horse?? Pois saiba que esta diante dele! - Finalizou com olhar arrogante .
- Nunca ouvi falar disso não...que porra é essa de cavalo vermelho??
- É REDHORSE, idiota! Sou um cara muito foda na net, meu blog é visitado por mais de CEM pessoas por dia!
- Ah tá...e agora porque algum desses cem idiotas te xingou, voce está aí todo nervosinho...bacaca, nerd do caralho.

Blog não mata, só faz voce deixar de viver.

quarta-feira, novembro 28, 2007

Preciso escrever algo sobre isso.

sexta-feira, novembro 23, 2007

Chamava-se "Táxi Marítimo", uma catraia aberta pintada em azul céu, com detalhes verdes no calado baixo que transportavam algo entre 10 e 15 passageiros e fazia a travessia no canal do porto, entre Santos e Guarujá.
Já havia as primeiras lanchas movidas a motores a explosão, motores herdados de veículos acidentados ou sucatados e adaptados nos barcos, mas eu estava a bordo de bote movido ainda por dois remadores e orientado por um timoneiro, geralmente o proprietário da nau, que agora meio como um malabarista, caminha na estreita borda do barco ate a proa , de onde lança uma corda ao amarrador do ancoradouro da bacia do Macuco e atraca junto as escadaria .



Subo as escadas em terra, dei uma boa olhada de onde estava. O Moinho Paulista destacava-se logo a minha frente, numa construção imponente e moderna. Calculei estar na década de 40, mas não soube precisar em que ano. O lugar era movimentado, caminhões, carroças, carros, bondes elétricos e também um bom numero de bicicletas, todos chegando ou partindo . Havia poeira de areia lambendo o rosto e lama em guias para sujar os sapatos, era preciso atenção e um lenço no bolso.
Notei que desembarcavam muitos trabalhadores de Vicente de Carvalho pelos "Táxis Marítimos". Foi curioso ver os estivadores e obreiros conferirem o horário em um grande relógio branco no alto de um poste de ferro fundido, situado na lateral de uma cobertura de embarque de bondes. Era um ato corriqueiro: eles olhavam o horário e ajustavam seus próprios relógios de bolso, seguindo o destino planejado.


Numa perspectiva geral, muitos terrenos vazios, alguns sem muros ou nivelamento contrastavam com esporádicos bangalôs caiados em cores leves e telhados novos de um vermelho quase laranja zarcão. Eram loteamentos recentes e com apelo popular que aparentemente estava dando certo, vista as crianças e cães que circulavam por ruas de quase nenhum movimento e sem calçamento em direção ao Atlântico. O verde também era farto, arvoredos típicos de manguezais ainda sobrevivam apesar do aterramento da área.
Peguei um bonde que seguiu para Anna Costa e logo desci num trecho de bastante comercio da avenida.





Fotos

http://www.novomilenio.inf.br/santos/lendasnm.htm

http://trolebus.nafoto.net/

http://wrueda.fotoblog.uol.com.br/



sábado, novembro 17, 2007

Abandonei celular por opção. O ultimo quebrou, fiquei um mês sem e notei que não fez a mínima falta. Ontem um amigo comprou um novo modelo e todo feliz da vida, me mostrou os toques:

O primeiro toque é de um esganiçado em voz acelerada (Deus, quem inventou isso?) gritando "ATENDE ESSA MERDA, ATENDE O CELULAR..."

O segundo era aquela risadinha do Pica Pau. Legal né?

Na seqüência, era o Chapolim falando "Não contava com minha astúcia".

Depois, clássicos dos clássicos do celular de favelado, o tema do Missão Impossível.

Desfilaram musiquinhas de Novelas, Jornais, Hits Nacionais e Internacionais.

Culminou-se na Dança (?) do Siri, com o extra de um pequeno vídeo daquele par de bestas quadradas andando de lado e fazendo cara de engraçado.
Olhei para a cara do portador do celular, agora já o considerando apenas "um conhecido" e lhe disse:

- Meu, tu não tem vergonha dessa porra não?
- Tira foto também...
- Cara, vai te foder.

quarta-feira, novembro 14, 2007

D.C. 25

Estamos eu e Jesus lendo jornal na praça de Jerusalém:
- Me passa o caderno de esportes aí, Velho.
Subitamente eu amasso e jogo o jornal no chão ao ler uma manchete:
- Porra! Esse safado do Pilatos tá querendo um terceiro mandato!!
Jesus me olha assombrado e diz:
- Mas que filho duma puta (!), como pode uma cousa dessas?!!
Calmamente, eu o alerto:
- Jê, você falou um palavrão.
- Falei? Nem notei, foi espontâneo...
- Mas não pode, vou avisar Deus sobre isso.
- Tráira.

Subo no monte das oliveiras e chamo por Deus olhando ao céu:
- Deeeeus! Deeeeeeeeus...Tai?? DEEEEEEEUUUUUUSSS….
O filho do homem me observa muito puto e impaciente:
- Não adianta, Velho, só se vai ao Pai através de mim, desista.
As nuvens se abrem e Deus surge com suas roupas brancas e um ramalhete de lírios nas mãos. Está mal humorado:
- Quem é o idiota que ousa Me chamar? Que seja serio, Estou farto de reclamações de pestes, terremotos, dilúvios e essas cousinhas banais...
Prevendo problemas, me escondo correndo atrás de Jê , apoiando as mãos em seus ombros:
- Fudeu! Fala com o Homem aí que o negocio tá brabo...
Jesus me olha com desprezo:
- Eu?? Nem a pau, se vira com o Cara agora...e tire essas patas de mim!
Deus nota Jesus e sorri satisfeito com os braços abertos:
- Jesus é você?! Que bom Te ver , filho! Chega mais e dá um abraço no Papai !
Empurro Jesus que vai contrariado:
- Vai lá , porra!
- Não vai sair barato, Velho!
Pai e Filho se abraçam. Deus passa a mão nos longos cabelos de Jesus e o afaga:
- Tudo bom, Meu garoto?
- Tudo Pai.
- Que olheira é essa? Andas abusando da mirra outra vez?
Tento me aproximar e só foi preciso um olhar de Deus em minha direção para eu mudar de idéia. Ouço ambos de longe mesmo. Deus continua a conversa:
- E sua Mãe, Jesus, vai bem? Estou com saudades da Maria, qualquer hora Passo lá de novo. Quando Jose for viajar, avise seu Paizão aqui. - Fala apontando a si mesmo. Jê não gostou:
- Pô Pai, que papo é esse??
- Nada não, é que Meu Espírito Santo anda subindo pelas paredes...

quinta-feira, novembro 08, 2007

As aventuras do Homem Silencioso.


É fim de maio em Paris e apesar do sol leve, o vento da tarde afugenta os clientes das pequenas mesas externas nos tradicionais cafés da cidade, clientes que agora procuram os balcões e disputadas mesas do interior do estabelecimento para beber café a pretexto de uma conversa fiada. Porem, um habitual freguês ainda prefere ler seu jornal e sorver sua bebida numa mesa do lado de fora.
O Homem Silencioso ajeita o colarinho do sobretudo , protegendo o pescoço do vento e levanta o dedo para o céu, no já conhecido gesto de pedir mais um café. A garçonete usa um leve vestido pouco acima dos joelhos e treme-se ao servir a xícara:
- O senhor não prefere um lugar lá dentro?
Sorrindo com os lábios fechados, o Homem Silencioso paga o café com moedas exatas e inclinado a cabeça para frente em agradecimento, volta-se ao jornal enquanto assopra o café fumegante.

Esta foi uma fantástica aventura do Homem Silencioso em Paris.

quinta-feira, novembro 01, 2007

VOCATVS ATQVE NON VOCATUS DEVS ADERIT

Tive um Atari , um mullet enorme, tambem um TRX, um MSX, um agasalho de tres listas, uma camisa da Bolt e uma Caloi Cross.

quinta-feira, agosto 23, 2007

False Start.



Jê muito doido na festa de fim de ano da firma.


Olha como anda foda. Tenho carinho especial quando escrevo o Jê, só que ultimamente simplesmente nao consigo terminar os textos. Um exemplo com cenas de bastidores.

Jesus me vê passando puxando uma pequena carroça cheia de tonéis de vinho.
- Onde vais Velho?
- Porra Jê, foi bom te trombar. Dá uma força aqui que esse peso tá foda...
O filho de deus apóia um dos braços da carroça e me ajuda:
- Mas pra que tanto vinho afinal?
- Não soube?! Festa do Didi hoje! Vai rolar a festa do Rabo vermelho!!
- Que Didi?? - Fala Jesus já meio esbaforido.
- O Diabo. É que ele ficou gente fina e agora a gente chama ele de Didi.
Jesus larga imediatamente o apoio da carroça e com o peso ela pende pra trás:
- CARALHO Jê!! Segura que essa porra vai virar!!
A carga despenca e vários tonéis rolam ladeira abaixo pela montanha em direção a Galileia. Estou inconsolável:
- Putaquipariu, tô fudido!! O Didi vai me matar! - Jesus limpa as mãos suadas na própria túnica e justifica:
- Eu carrego você e todo peso do mundo nas costas se for preciso.
- To vendo! E largou a porra da carroça sem me avisar!
- Velho, lhe asseguro que o fardo do Diabo você não vai querer carregar. Vai por mim.

terça-feira, julho 31, 2007

Politicamente emperrado.

Vejam vocês, agora que fui preso, penso que realmente eu andava muito, digamos assim, libertino , mas precisamente libertinoso, a liberdade quase criminosa, aqui de novo agindo dessa forma e criando termos novos na língua de Camões. Foi um surto, me perdoem, não volta a acontecer, nem ao menos no msn, garanto,Worm.
Convencido a ferro e fogo que esse ato é nocivo à sociedade, não posso mais afirmar que tinha um tesão danado nas tetas daquela menina inimiga do Pokemon. Tetas que só japonês sabe desenhar, diga-se de passagem.
Doutrinado, já me arrependi de várias posições culturais, agora pensando que não devo ignorar, como sempre ignorei , os preconceitos primitivos. Lembrar de minha mãe dizendo que "meu irmão judiava" do cachorro me deixou ruborizado.
Entendam-me os negões, esses que estão na letra N de minha agenda, que agora vocês vão ter que revelar seus nomes e que o cordial "Fala criolo!" ou "Dizai preto safado!" não mais fazem parte em nossos encontros. Teu nome é João Carlos Del Rey? Agora você está diferente. Haverá encontros ainda? Quando chamo meu filho de "meu nego", sou um causa de um futuro trauma.
O então mundo de chatices, me fez crer que era eu quem decidia o que fazer, desprezando no sentido de não tornar fato, que o sujeito ali usa o cu pra divertir e chama de amor, isso que achava eu, olhe a ousadia, era só sacanagem que não me dizia respeito. Por favor, não mate as moscas, elas são parte de um ecossistema. E não chame o numero seis de meia, alguem pode se ofender.
Era mesmo um tolo cheio de ideologias esse jovem eu.

- Assim está melhor, senhor? Já posso sair?
- Não entendi nada disso que você escreveu.
- E não foi sempre assim.

terça-feira, julho 17, 2007

Bandido S/A. - Pardal


A bordo do discreto Omega amarelo ("Nóis capota mais num breca" pintado em preto na tampa do porta malas) Madureira e Buceta se dirigem a casa de Pardal, o bandido tecnológico. A alcunha era uma referencia ao personagem de Disney, já que Pardal era um delinqüente letrado que ate ler sabia:
- Buceta Encardida e Madureira! A que devo tão nobre visita? Senta aí que estou terminando uma analise e já atendo vocês! - Diz Parda num avental manchado que quase parecia andar sozinho pela magreza do portador. Curioso, Madureira aproxima-se de uma bancada cheia de sangue, estiletes, parafusos, e uma infinidade de ferramentas:
- Que porra é essa, Pardal? Vai fazer churrasco?
- Não , não, estou analisando um cu aqui. - Fala enquanto mostra um vidro de maionese com um pedaço de carne crua bem compactado no recipiente.
- Isso é um cu? Então ta fudido de "hemorróida". – Fala Buceta segurando o vidro com as pontas dos dedos. Pardal explica:
- O cu ta aqui , ó, vira o fundo do vidro.
Madureira se admira com o que vê. No fundo do pote , o ânus milimetricamente recortado:
- (!) Caraio, e não é que tem um cu aqui mesmo! Olha chefe, parece que ta ate olhando pra gente!
Pardal limpa as mãos com um pedaço de estopa e termina a limpeza nas costas do avental:
- É um pedido de João Cachaça. Ele passou fogo no filho, seis tiros, por que diziam que o rapaz era bicha ...
Madureira faz cara de nojo quando recebe o pote das mãos de Buceta e o coloca na bancada segurando pela tampa de aço e comenta:
- cu de viado... - Pardal continua:
- ...e João quis que eu confirmasse isso no cu do infeliz. Pior que esse morreu sem motivo. O cu esta com todas as pregas.
- Vixe! E agora? - Pergunta Madureira.
- Agora confirmo que era viado pesado, foda-se, já morreu mesmo. Não sou eu que vai contrariar o João Cachaça.
- Isso é verdade. - Endossa Buceta esfregando as mãos, ansioso e olhando ao redor - Mas me diz uma coisa, cadê o resto do sujeito?
- O corpo? Enterraram ontem. - Fala Pardal. Buceta insinua:
- E...tipo assim, tu só tirou o cu? Não teria assim, digamos, arrancado uma orelha, sei la? - Madureira coloca a mão na única orelha que lhe resta, como se a protegendo. Pardal estranha a conversa do bandido:
- Orelha?! Claro que não, pra que orelha? Viado usa o cu, né? - Buceta declina:
- Esquece, é que me deu fome...mas o caso é outro, Pardal: Você já ouviu falar no Homem Arame?
- Sim, um filho da puta que anda aí zuando o movimento.
- Então senta aí e vamos conversar. - Diz Madureira puxando as cadeiras da mesa.


terça-feira, junho 26, 2007

BANDIDO S/A.


Madureira entra de supetão no barraco e joga o jornal sobre o colo de Buceta que leva um susto:
- Tá loco Madureira??!?
- Louco tu vai ficar quando ver o jornal. Olha a manchete! - Diz Madureira de braços cruzados e batendo o pé. Buceta se ajeita na poltrona, alinha o jornal nas mãos e prossegue:
- Hum...humm que que tem?
- Lê aí!
- Porra, é pra ler ou pra ver?
Irritado, Madureira tira o jornal do chefe e fala em tom teatral:
- Aqui ó caralho: Homem Arame chama Buceta de "mulerzinha!"
- O QUE???!?
- Isso mesmo, "mu - ler - zi - nha"!
- Num brinca com isso homem, tá escrito isso aí??
- Com todas as letras...
- Mas Madureira, tu aprendeu a ler?
- Não. O Lamartine que leu pra mim. Um filho da puta esse Homem Arame , hein?
- Um filho da puta morto e sem orelhas! - O bandido saca do bolso um pacote de dinheiro e orienta o escudeiro - Madureira, vai lá e compra o jornal todo, de toda banca, esse miserável não vai me caluniar assim não...ah, trás também uma fonte de celular bi volt que a minha queimou. Enquanto isso penso numa vingança mortal!
- Pode deixar chefe!

terça-feira, junho 05, 2007

Pentágono – 2:18 hs. A.M.


- Temos pouco tempo para a ação...- Avisou o líder pouco antes das grades de acesso ao elevador serem arremessadas pela explosão no topo do prédio. Descem por cabos de aço do fosso, três homens devidamente mascarados e vestidos totalmente de preto.
ZiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiP!
Instalados agora no topo da caixa do elevador, Thompson abre o portal de acesso de serviço e pula dentro do aparato já checando com uma pistola, possíveis seguranças no local.
- O lugar está limpo como informado!
Os feixes de luz das lanternas vão se cruzando pelos corredores do edifício enquanto os três homens efetivam a invasão.
Rrouuuiii!
Doug alerta o líder sobre um ruído estranho enquanto bloqueia a passagem dos parceiros:
- Steve, ouvi um barulho, parado aí!
- Que barulho? Será alguém? O prédio não está vazio? - Questiona Steve com a arma em punho.
Rouuuu!
- Ouvi de novo! - Sussurra Doug. Steve concorda:
- Agora eu ouvi. Não estamos sós. - Thompson fala confuso:
- Não ouvi nada, que ruído vocês ouviram? - Steve explica nervoso:
- Um ronco ou algo parecido. Vamos com cautela, tem algo de estranho....
ROOOONK!
Imediatamente os três homens saltam e apontam suas armas a procura do som. Doug fala bem baixo:
- Ouviu??!?
- Mais ou menos...foi muito alto? - Pergunta Thompson. Steve arrasta-se no chão em direção a ambos:
- Um ruído alto e estranho. Não parece ser humano, temo que tenhamos aqui algo sobrenatural.
Thompson levanta-se com cuidado e avisa os amigos:
- Vou chegar, vou na frente...- O líder o impede:
- Nada disso, vamos nos manter juntos, não sabemos o que é isso...
ROOOOOUUUUNNNNNNKKK!
Steve e Doug olham pra a barriga de Thompson que fala sem graça e soando em bicas:
- Eu falei que queria ir na frente... foi mau galera, cheio de gases, to querendo soltar um peido desde lá de cima...
Furioso , Doug tira o capacete a o joga contra o chão:
- PRA CASA DO CARALHO, CARA!! MAIOR ESQUEMA DE INVASÃO, NOME AMERICANO E TUDO E TU ME DIZ QUE QUER DAR UM PEIDO NO MEIO DA HISTORIA???!?
Steve já retira o colete e afrouxa o zíper do casado:
- Verdade Thompson, podia ter segurado um pouco a onda...
- Num dava - avisa Thompson abanando-se - foi a feijoada. - Doug está indignado:
- Putz, ainda fala de feijoada aqui??!? Olha, não vai dar pra continuar não, vou sair fora.
- Me too. – Avisa Steve carregando suas coisas e seguindo Doug enquanto Thompson se tranca no banheiro.


sábado, maio 19, 2007

Bandido S/A.

Emocionado, Buceta Encardida recebe das mãos do motoboy a encomenda detalhadamente embrulhada. E não perde tempo entrando na sala já avisando o comparsa , enquanto destaca o CD gravado do compartimento após abrir o pacote:
- Madureira, sai fora do Preistaixiom que chegou meu livro do Roberto Carlos!
Resignado, Madureira responde sem tirar os olhos do televisor:
- Nem fudendo, é a ultima fase da Tomb Raider e to sem memory card! Num ME fode!
O negro de quase dois metros de altura, renomado bandido criminoso e temido matador, se mostra contrariado e avisa:
- Meu filho, brinca com isso não...
Jogando o joystick no chão com o impacto necessário para não causar danos ao objeto, Madureira é a inconformidade em pessoa:
- Caralho Buceta, é sempre isso quando eu to jogando, quando não é porra de novela é merda de Turma do Didi! Agora é esse viado do Roberto Carlos...
- Respeite nosso rei, seu ignorante musical!
- Outra coisa, se é livro pra que o vídeo game??!!?
O negro ajoelha-se diante do console e instala o cd delicadamente. Olha com superioridade para o fiel escudeiro e comenta:
- Estamos no futuro, meu pequeno Madureira. O cara do Primeira Mão, que vendeu o disco, disse que agora livro é em cd. Não entendo direito, mas acho que o Roberto Carlos vai "cantar" o livro pra mim...liga o bagulho aí!
- Cabuloso hein...
Duas horas depois, Buceta e Madureira estão bufando na porta do vendedor do Primeira Mão que precavido com a presença de ambos, explica pelas grades do portão:
- PDF, eu disse, tá em PDF.
- F o que? Que se foda se é P ou B, o caso é que o disco não toca nem no carro - Desconfiado, Buceta pergunta disfarçando ao parceiro - Que porra é essa de F não sei o que , Madureira?
- PDF? É Policia Federal, né não?? Putaqueuparil, esse puto é cana! Queimo ele agora, chefe? - Madureira agarra os colarinhos do vendedor pelas grades e lhe aponta uma pistola na testa.
- Calma, deixa ele se explicar...Daí rapaz, que tem a policia federal com isso?
- (Apavorado) Pelo amor de Deus, PDF é um arquivo de computador!! Todo mundo sabe !
Surpresos, os bandidos se entreolham e dizem em coro:
- AAAAH caralho, computador!!- emenda Madureira soltando o rapaz e ajeitando a arma na cintura:
- Era só falar que era pra computador...mas que a gente já sabia, veio aqui só pra confirmar...
- Claro, claro, todo mundo sabe disso. - Sorri um sem graça Buceta enquanto entra no Omega 94 - Simbora, Madureira, vamos ouvir o disco no computador lá de casa!
No carro o incomodo silencio de cinco minutos é quebrado por Madureira que dirige o veiculo:
- Tu é burrão hein chefe!
- Burro é o caralho, como vou saber que o disco era de computador?
- Perguntava quando comprou. Agora vou ter que voltar lá à noite pra matar o cara pela nossa humilhação...
- Verdade. E computador, onde a gente vai arrumar?
- Trago o do infeliz, morto não precisa de computador. Ou fala com o Iristeu que ele dá um jeito.
- 'Proveita e traz as orelhas do falecido pra mim. Nossa, aquilo com batata vai ser o bicho...

sexta-feira, maio 18, 2007

RC


Após ler o livro biográfico que Roberto Carlos precavidamente impediu de ser comercializado, cheguei a algumas conclusões pessoais sobre o cantor.

O cara é um chato fudido, um pentelho sem precedentes.
Teve sucesso e faturou (em ambos os casos de forma megalomaníaca) logo no inicio da carreira.
Expeliu cerca de 15 bilhões de litros de lagrimas ate o fechamento da edição. RC é narrado citando “chorei muito naquele momento” durante todo o livro.
Comeu metade do Brasil durante as décadas de 70/80.

Faltou contabilizar as broxadas femininas. Sim, porque não teve ser fácil pra uma mina entrar com um Rei num quarto e acabar encontrando um perneta na cama.

- É uma brasa, mora! Agora deixa eu tirar essa perna pra ficar mais a vontade com você.

quinta-feira, maio 17, 2007

Tava com saudades do meu blog.

Das coisas que escrevi, do tom cinza, do template metido a besta.
Preciso andar mais por essas bandas.

quarta-feira, abril 11, 2007

Apagão do Abobra.



Vejam voces, tenho uma suspeita sobre o apagão do abobra....TRIM.....TRIM....um momento, o telefone esta tocando....
- Prefeitura boa tarde...não senhor, vou transferir ao ramal correto...de nada.
Como eu estava dizendo, as reprises de post tem abundado...PEMMMM....um segundo, a campainha do balcão.
- Pois não senhor...certo, o senhor está com o protocolo da nota fiscal? Ok, pode passar na tesouraria que ja foi liberado.
Voltei. Tenho uma teoria pra esse abandono que acontece...MINIMIZAR.
- Sim chefe. Pras 16 horas? Nem fudendo, não dá tempo! Sim...claro, farei o possivel, acredito que lá pelas três já tenha terminado...
Espera sentado, filho dUMa puta...então, será que não existe um complô.... TRIM .... TRIMM
- Prefeitura. Hum. Não. Qual é o numero do processo? Hum....não, sem o numero só pessoalmente...não tenho acesso daqui, senhora...boa tarde.
Penso que seria uma teoria...PEMMMM
- Caralho dessa campainha...em que posso ajuda-la? Ali senhora, balcão cinco. De nada. TRIM...TRIM...TRIM...TRIM...PORRA, NINGUÉM TÁ ESCUTANDO A MERDA DO TELEFONE TOCAR???!? ALOU, PREFEITURA...sim...é que eu estava no balcão...sim...não volta a acontecer chefia...estou fazendo...ate mais.
Cornudo dos infernos! MICROSOFT EXCEL >ABRIR> Trimeste1/07.xls
Acho que os blogueiros atualmente...MINIMIZAR...TRIM...TRIM...PEMMM...YOU HAVE A NEW EMAIL!...
- Alou? Sim, é da prefeitura.

sexta-feira, março 16, 2007

D.C.

Fazia tempo que não eu via o Jê. O encontrei pensativo no alto do Monte das Oliveiras.
- Dae Jê? Tá fazendo aí?
Sem me olhar , o filho de Deus responde contemplando o vale de Jerusalém:
- Veja como o mundo é bem feito, Velho. O rio corta o vale trazendo água para a sede e peixes para a fome. As arvores trazem frutos e sombra. Das rochas fazemos ferramentas, moinhos e casas. O sol faz o trigal crescer robusto e a chuva rega a terra que recebe nossos restos com bom grado. A sapiência de Deus fez os animais domésticos conviverem mansamente com o homem, enquanto os selvagens só nos atacam por defesa ou medo.
- É. Tudo perfeito mesmo.
Jesus ajeita o cabelo por sobre a orelha e continua:
- Sim, em teoria e na pratica. E por ser animal racional, o homem montou grupos e delimitou-se em regiões que se tornaram cidades, a civilização afinal. Agora rouba, mente e mata, contrariando a vontade de meu Pai.
- Jê, se você ficar pensando nisso vai ser foda. Desencana um pouco e vai vivendo, já que você mesmo diz que vai morrer em breve.
Uma pesada lagrima desce dos olhos correndo pela face e desaparecendo na barba de Jesus:
- Você acha que pode viver normalmente fechando os olhos ou só olhando o que quer, Velho, assim como todos fazem.
- Chora não, Jê, a gente vai melhorar, você vai ver...outra coisa cara, hoje é sexta e tal, vamos dar um pulo ate a taberna da Mada, relaxar um pouco no boteco.
O nazareno enxuga os olhos e levanta-se. Passa a mão em meu ombro e vamos caminhando:
- Velho, eu vou a qualquer lugar quando você me chamar. O caso é que você tem me chamado muito pouco ultimamente...
- Não volta a acontecer, Jê, prometo. Agora vamos ver quem chega primeiro na taberna? – Digo já iniciando uma carreira alguns passos a frente de Jê.
- Vamos! - Responde Jesus de pronto, levitando e cortando o céu em disparada.
- ÔÔ!! VOANDO NÃO VALE, SEU VIADO!!



segunda-feira, março 05, 2007

O post de segunda é sobre...

A originalidade da Globo que vai fazer uma novela ambientada no Rio ( com exaustivas externas da zona sul e cenarios no Projac simulando a zona norte), nisso incluso, um par de personagens viados no folhetim. Realmente é algo inovador e surpreendente.

sexta-feira, março 02, 2007




Natal era a data em que toda a família se reunia. Uma vez por ano era aquela festa bonita, harmonia e confraternização. Seu Geraldo, o patriarca da família, ficava muito contente em ver filhos, noras, netos e toda a cambada reunida, uma alegria ver aquela casa tão grande para ele e a velha Maria de repente se tornar pequena para comportar todos. Nem a quebra do habituado silêncio o incomodava. Nestas épocas era ele mesmo até mais barulhento que os netos. Gargalhava alto e às vezes gritava bulindo com algum.

Todos traziam alguma contribuição. Peru, cervejas, refrigerantes, panetone, carnes, saladas e frutas. Cada qual trazia algo diferente e a mesa abundava por aqueles dias. Sônia não deixou de contribuir. Trouxe uma grande caixa lacrada e disse que seria aberta apenas para a ceia. Algo muito especial que queria mostrar somente no clímax da festa. Afastava as crianças curiosas e na curiosidade todos passaram aquele dia, pois ela mesma não se continha de alegre, “Vocês vão ver, vão amar”.

O dia transcorreu mais ou menos normal. Os homens bebendo uma cerveja em volta da churrasqueira e contando piadas, os netos entre uma brincadeira e outra ouviam as estórias do avô e as mulheres com os preparativos na cozinha colocavam as fofocas em dia.

Lá de fora um comenta:

- Me dá até medo pensar no que essas mulheres tanto conversam quando estão só entre elas.
- Ah, fofocas. Mulher só faz isso.
- Nada. Mulheres sozinhas são capazes de encabular até um sem-vergonha.
- Capaz homem. Me passa mais uma cerveja ai.

Lá dentro Márcinha aproveita a distância da mãe e pergunta à Sônia.

- E você mana, ta saindo ainda com aquele Augusto?
- Que Augusto? Nem lembro!
- Não se faça de besta. Um pé de mesa daqueles não se esquece assim né, Sônia.
- Ah. Você também não esquece o pintudão né?
- E quem esquece? – Gargalham juntas e mudam o assunto quando a mãe se aproxima.
- Minhas menininhas estão fofocando sobre namoradinhos é? Pergunta a simpática Dona Maria.
- Que namoradinhos que mamãe? Já crescemos e casamos... Lembra? Rebate Márcia.
- Estava falando para ela em como esse natal vai ser especial. Vocês vão ficar surpresos com minha novidade e vai ser uma revolução aqui. Torna Sônia com papo que começava e encher o saco já. Qualquer brecha e lá vinha ela com a tal revolução misteriosa. E no ano que vem nós vamos quebrar tudo! – Completa eufórica.
- Quebrar tudo? Ta doida menina.
- Jeito de falar mãe. Saúde, sucesso e dinheiro.

Sônia se ofereceu para preparar os Drinks. Tudo bem, ela tinha esse dom. Fazia ótimos coquetéis, mas espantar todos da cozinha para preparar em segredo era meio demais. Ainda mais quando disse que ia preparar com uma das maravilhas que trouxera na caixa. Ao menos já sabiam que era de comer. Por fim, com louco não se discute, se concorda. Foram para a mesa esperar

Todos na mesa, próximo à meia noite e surge ela com as jarras. Pede que ninguém tome ainda. Trás a caixa e pede espaço no centro da mesa para apresentar a novidade. Afasta o peru asado, o leitãozinho e as uvas e acomoda o embrulho. Os fogos estouram, sinal que o relógio bateu a meia-noite. Sônia serve a bebida a todos que brindam e levam à boca.

Alguns tentam disfarçar a desagradável surpresa e numa falsa cortesia engolem. Geraldo, já meio alterado pelas cervejas não consegue disfarçar.

- CUSSPPPP...Eita filha, essa merda ta estragada. Que porra é essa.
- O Sônia, você ta de sacanagem é? Um cunhado zomba do outro lado da mesa, cuspindo de volta no copo.
- Sai com esse troço pra lá que eu vou buscar cerveja.
- Calma ai papai. Ainda não. Espere só um segundinho.

Sonia não perde a calma e continua excitada. É hora da revelação. Pede calma e toma a palavra.

- Gente, vocês não vão se arrepender. Esta foi à data escolhida para eu lhes apresentar este produto que vai mudar nossa vida. Mais saúde, mais prosperidade. Vamos todos ficar ricos! Este produto é um milagre da ciência. O que de mais avançado existe em matéria de bem-estar.
- Mostra logo essa porra que eu estou com fome.
- Calma papai. Assim se estraga a surpresa, empertigando a coluna e fazendo pose. Família, tenho orgulho de lhes apresentar a HERBALIFE. Tcharam...
- Herba oque? Perguntam em coro. Enquanto Sônia vai colocando todos os produtos do kit sobre a mesa.
- Herbalife. A Maior e melhor empresa do mundo, que fabrica essas maravilhas de produtos. Hoje é o ultimo dia em que comeremos essas porcarias degradantes. Aponta o leitão e o peru. Vocês podem aproveitar para não desperdiçar, mas amanhã eu me encarrego de fazer uma consultoria grátis com todo um plano de nutrição para cada um de vocês.
- Esse suco horrível que você preparou é herbalife? Ouviu-se lá do fundo.
- Não é suco. É um shake balanceado para nutrição e restauração do organismo. Isso cura até câncer.
Dona Maria começa a envergonhar-se. Geraldo olha furioso para ela como se ela tivesse culpa. Ela reage.

- Ta me olhando porque meu véio? Eu tenho alguma culpa?
- Tem sim. Falei que mimando essa aí ela estragava. Olha aí.
- Você, com sua aporrinhação foi quem ferrou as idéias dela.

Sônia, bem treinada pelo seu mentor não deixaria a peteca cair.

- Isso de não gostar do novo é normal. Agora pensem nos benefícios. Depois que se acostuma com o gosto, é incrível. Além da saúde, vocês podem ganhar muito dinheiro com isso. Podem ficar ricos.

As vozes baixam e de novo ela toma a palavra.

- Cada um de vocês pode ser um supervisor desta maravilhosa empresa. Com ganhos extraordinários. Trabalhando em casa ou nas horas vagas, conforme a conveniência. É infalível.
- Ahã. Dinheiro do céu. Sei.
- Não Márcia. Basta que vocês consumam os produtos e indiquem mais pessoas para participar. Vocês ganham comissão sobre os indicados e sobre quem esses indicar sucessivamente.
- Porra, você faz esse auê pra tentar botar a gente numa pirâmide? Vai te catar. Agora era o irmão que se exaltava.

Márcia recolhia as coisas para dentro da caixa novamente, tentando retomar a ceia. O clima estava estranho. As pessoas impacientes e já sem muita cortesia com a louca que não parava de falar da empresa e do produto. Alguém ligou um som em volume alto e trouxe cerveja. Sônia desesperava-se. A mãe tenta leva-la para dentro. Em meio ao som alto só se ouvia seus gritos insultuosos. Alguém zomba.
- Essa Herbalife não fabrica psicotrópicos não? Que merda de empresa!
- Vocês são uns pobretões mesmo...diz em meio a muitas outras ofensas.

O Pai levanta-se, meio duro meio zangado pede com impaciência.
- Sônia, vá para casa e relaxe. Essas coisas lhe fizeram mal. Amolece um pouco ao ver a filha em lágrimas.
- Não chore, não precisa... isso, calma.. Amanhã você volta e almoça conosco.

Sonia diz algo no ouvido do pai. Ele afaga seus cabelos e discretamente bota algumas notinhas de reais no bolso dela.
- Pra ida e pra volta tá filha. Deve dar. Até Amanhã! Acompanha com os olhos a filha sair, sem despedir-se dos outros. - Rico é? Sei!

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Consultório.




- Patologia??!? - Dr. Euclides aperta o botão 5 de seu PABX com violência típica após ler a bula da caixa de comprimidos - Dona Marta? Alou? Que merda de remédio é esse?
- Antroplexina que o senhor pediu. - Responde a voz abafada da secretaria pelo alto falante do antigo aparelho de telefone.
- Dona Marta, dona Marta...essa porra é de remédio de bicho, de veterinário, de tratar pato, galinha ou peru, sei lá... ô gente burra do caralho! Tá aqui ó: PA-TO- logia, dos PATOS e aves.
- Doutor, o paciente das três, já está aqui. - Avisa Dona Marta ignorando os comentários.
- Já?!? Que horas são?
- Dez pras três.
- Acho graça nessa raça. Eles ACHAM que medico vai atender no horário... Manda esse idiota entrar daqui à uma hora mais ou menos que vou pesquisar uns bagulhos cientificos no Orkut.
- Sim Doutor.

Uma hora depois, um homem de trinta e poucos anos entra na sala do medico.
- Doutor...
- Que houve...- Checa o prontuário do paciente -... Carlos?
- (encabulado) É que surgiram alguns abscessos na base do pênis.
- Blerggg! Que nojo! Tem um caroço no pau, é??
- Sim, dois, um de cada lado.
- E...tipo assim, já tentou tetrex ? Voce não conhece nenhum farmacêutico e tal pra dar uma olhadinha nisso? Já procurou no Google pra ver se tem algo parecido?
- Não tomo remédios sem consulta medica, doutor.
- Isso que é o inferno , esses viados inventam essas modas de ter de ir no medico e eu que me fodo aqui...faz o seguinte, vai ali no banheirinho e lava essa porra toda com álcool. Sem miséria de álcool, faz favor!

Cinco minutos depois.
- Pronto doutor, lavei.
- AH, meu chapa, em cinco minutos não se limpa nem nariz quanto mais piroca! Pode lavar essa merda direito! Ate arder!
- Ok!

Dez minutos depois.
- Porra, anda logo com isso que tenho outros pacientes! Dez minutos pra lavar uma rola é um absurdo! E manera no álcool aí que isso me custa dinheiro!
- Pronto, terminei!
- Não era sem tempo...
- O senhor quer ver agora?
- Ver o que?!
- Meu pênis.
- Tá louco, seu depravado??!? - Euclides levanta-se em alerta - Olha, se você tirar as calças na minha frente , eu taco acido nisso! Fui claro!??
- Mas...e os abscessos?
- Amigo, usam-se altas tecnologias na medicina atual - Diz Doutor Euclides anotando em seu receituário e destacando uma folha - Aqui meu email, tire umas fotos do pinto podre, arg(!) , com caroços e me envie. Analiso isso no computador.
- (Apreensivo) Mas doutor, isso é muito intimo...não é meio inseguro isso no email??
- Não questione, faça o que eu mando, Carlos, o medico aqui sou eu.

Cinco dias depois.
Orkut
Comunidade Do Carlos, o homem do caralho com asas. Confira aqui as fotos da aberração.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

O Jê de pedra não possui bunda.


E abaixa os braços de noitinha quando apagam a luz. Eu não vi, mas afirmaram que é pra descansar. Faz sentido.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Norton.

Meu chefe sempre monitorou as cagadas aqui no escritório. Tentou implantar horários e prazos mas a mãe natureza não respeita e nem admite imposições. Numa ultima e surpreendente ação terrorista, o chefe trocou o papel higiênico. Foi pessoalmente ao mercado, analisou texturas, maciez e escolheu, literalmente a dedo, o papel menos ineficaz.
Não se tratava do papel mais barato, era de preço mediano e com uma embalagem bastante sofisticada. Só não funcionava.
E fui eu o primeiro a provar a aquisição.
Caguei meus habituais 900 gramas de merda, e preparei- me para a limpeza local. O rolo ali ao lado, novo, cheio e devidamente instalado. Puxei uns 50 centímetros. Ao corta-lo, já previ problemas.
- Caralho, isso é cartolina?? Só pode ser...rask...pelo amor de Deus...RASK... fiz força pra rasgar um papel higiênico?!?
Usei as duas mãos e assim consegui um bom pedaço. Cada individuo tem uma maneira peculiar de limpar a bunda. Uns da esquerda pra direita, outros inversamente, têm os que limpam de cima pra baixo e por ai vai. Eu dobro o papel , dou uma geral superficial que finda numa blitz de operação padrão dos fiscais da receita federal. Na primeira passada notei algo errado e tive certeza que o movimento só fez mudar a sujeira do lugar.
- Mas que porra é essa??! Esse papel é plastificado??!?
Era. Alem de ser duro como um papel cartão , o maldito brilhava feito uma chapa de pulmão . Nunca passei um cartão de visita desses que tem fotos coloridas no rabo, mas a sensação deve ser a mesma.
Amassei , rezei, esfreguei no chão, molhei e nada, nada amaciava ou destruía aquela desgraça de papel a prova de merda. Espalhei bosta na bunda toda. O cu, que nunca passará por situação tão agressiva, já demonstrava fortes sinais de stress na forma de dor.
E todo mundo, talvez numa situação emergencial ou parecida, sabe o que é sair do banheiro com a nítida impressão de estar cagado.
Voltei-me ao trabalho sob o olhar atento do chefe. Fiz cara de azulejo e continuei a trabalho como se tudo estivesse na mais perfeita normalidade. Não estava. Demoram-se apenas trinta minutos para eu voltar aflito com a situação ao banheiro. Meu chefe:
- De novo?
- É...um mocotó que comi ontem...
No banheiro, uma pilha de papel lotava a cesta, evidenciava outras vitimas . Arreei as calças e a cueca branca parecia uma cabeceira de pista de aeroporto. Freadas fortes , longas e largas cintilavam a metros de distancia.
- Pultaquipariiiil!!
Era fato consumado. Não seria uma pia com esses sabonetes líquidos e altamente diluídos pelo nobre chefe, que faria alguma limpeza na cueca, como eu mesmo conferi. Tentei amenizar a situação da bunda na pia, e tentar limpar a bunda na pia de um minúsculo banheiro só lhe molha a roupa e espalha água contaminada por todo corpo. Eu era a merda em forma de gente.
Saio do banheiro vencido, humilhado, vestindo uma cueca molhada, borrada e , suponho, cheirando a rego dos pés a cabeça, quando a vadia da estagiaria gostosona, me aborda com olhar insinuante depois de anteriores investidas sem resultado que lhe dei:
- Vamos ao almoxarifado comigo? É que quero te mostrar minha tatuagem nova...
- Errrrrrr.....

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

REDENTOR



A boa velhinha jazia há mais de um ano sobre a cama. Não se entregaria de forma alguma à morte, antes aprenderia a andar de bicicleta, dizia ela. Pobre vovó. Não seria hora de lhe contar sobre o câncer? Acabar com as esperanças na vida e ter um fim mais humano? Talvez não, pois ela se adaptava dia após dia à sua realidade e com ela viveria até o fim. Habitua-se a viver.

Mamãe tomava-lhe conta. Batalha incansável para proporcionar algum conforto à pobre velha moribunda. Trocava-lhe a fralda, dava banho e alimentava de colherinha na boca. De quando em vez eu ficava de plantão à noite, para aliviar a carga de mamãe que estava no limite máximo da exaustão. Dormia no quarto ao lado e de quinze em quinze minutos, quando não menos, ao estalar da varinha no cilindro de oxigênio corria lá. Vira de um lado, vira de outro, ergue o travesseiro, tira a coberta, liga o ventilador, acende a luz, aumenta o oxigênio.

Às vezes, durante o dia, cabia-me também a tarefa de “reensina-lá a andar”. “- Muito tempo deitada, meu filho” suspendia-a a ponto de deixar seus pés tocarem de leve o chão e guiava-a pelo quarto. Poucos passos. Ela, crente que fazia melhoras ficou triste quando seus ossos começaram a partir-se à toa. Coisa feia de se ver.

Em um de meus plantões, percebi que havia dormido demais. Não haveria escutado a varinha zunir no cilindro? Logo eu que tenho sono leve! Esperei mais um pouco deitado. Quinze ou vinte minutos e não fui solicitado. Sabia que algo não ia bem, mas a ilusão de preguiçoso, louca para me por dormindo de novo me dizia que o remédio amainou a dor e que ela estava dormindo bem. Não, melhor levantar e verificar.

Encontro-a com os olhinhos revirantes e respiração presa. Um ronco medonho na tentativa de capturar algum ar. Pobre velha. Levo a mão à válvula do cilindro e lentamente corto todo o fluxo de oxigênio. Seguro suas mãos e vejo seu sofrimento diminuindo. Uma arfada mais espaçada da outra. Após um longo tempo não sinto mais seu pulso. Espero algum tempo ainda antes de dar o alarme para que seu sono não tenha mais volta. Rezo e lembro com carinho dela que me criou por alguns anos. Será que ela agora vê e sabe oque eu sinto? Perdoará-me?

Tomo o cuidado de ligar o oxigênio novamente e dou o alarme. Num instante todos estão no quarto. Papai que estava ao telefone tomando as providências volta ao quarto. A exclamação de praxe. “-Descansou, coitada. Olhem a expressão de alívio em seu rosto. Está livre”.

Sim, está livre. Eu também. Aquele leve sorriso em seu rosto sereno é o sinal. Com certeza me perdoou.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Sobre o final.

Me sinto melhor, mais tranqüilo. Não tenho pressa, nem tenho tempo. Minhas mãos são lentas, porem, já mais rápidas que minha mente. E de cada um deles, um restinho de muito pouco que sobrou. Agora você só me olha. Antes, me ouvia.

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Meu primeiro dia de Voluntáriado.



Meu primeiro dia de voluntariado.

- Os olhinhos das crianças me causaram uma estranha satisfação. É bacana saber de que algum modo essas palavras ficarão guardadas em suas mentes e um pontinho de diferença lhes fará em suas vidas, não sei quando e como, mas fará. Se eu conseguir induzir os pequeninos ao hábito da leitura, suas vidas serão diferente. Disso tenho certeza. Não posso deixar de ajuda-las. Quero ter essa honra.
A diretora me olha resignada. Aquela cara bondosa, de grandes bochechas gordas e rosadas, os olhinhos pequenos que com certeza escondem uma boa alma. Diz bem devagar, quase soando falsidade.
- Olha senhor Worm. Sua intenção é louvável. Precisamos de mais gente como o senhor. O único problema é que seus contos e leituras são, são – procurava a palavra com mãos impacientes e cenho franzido – Digamos, inapropriadas para a idade deles.
- Ah. Entendo. É verdade, o portuguesinho deles ainda é escasso.
- Isso...
- Tudo bem, eu tenho uma versão de bolso de Édipo, que de tão chula chega a ser infantil. Vou ler para eles no próximo sábado.
- Aquele Édipo Sofocliano???
- Conhece outro?
- Nem pensar... Aquele que come a própria mãe? Nem ferrando. – Sua feição já não era nada amigável. Seus olhos faiscavam e ela soltava perdigotos enquanto falava – Não, nem pensar. Definitivamente não.
- Desculpe. Não sabia que a senhora não gostava – Digo, passando um lenço no rosto para limpar o excesso de saliva que em mim voara.
- Suma-se daqui e não volte mais. Primeiro vem com esses livros estapafúrdios recheados de sangue e morte, agora quer por incesto na cabeça das crianças?

Percebendo que a situação é delicada e sabendo que com pessoas ignorantes é preciso saber conversar, resolvo implorar. Com muito jeitinho e insistência consegui dobrar-lhe a resistência. Prometi que seria lido um autor nacional, consagrado, de fácil assimilação, contemporâneo e sem idéias estapafúrdias.

Não vejo ninguém melhor que Nelson Rodrigues com o “A Vida Como Ela É”.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Visita à Psicologa

Por recomendação (ordem) da diretoria da empresa, fui conversar com a psicóloga, aquela besta que nas horas vagas faz a contratação dos dementes e das feiosas que aqui trabalham. Parece até decreto: Só se contrata mulher feia. Até a psicóloga é feia. Será que uma loira peituda atrapalharia o ambiente de trabalho?

Chega a hora marcada (marcar hora dentro da própria empresa? É possível que ela queira me cobrar à consulta) fecho minha sala e vou. Confesso que esse tipo de conversa me deixa meio trêmulo, afinal, se me mandaram falar com ela é que alguma coisa está errada. Pelo menos para eles. Pego um café e vou ao fumódromo queimar um Marlborinho para aliviar e pensar qual minha mancada, me preparar. Isso me dá apenas insuficientes cinco minutos.

Não tem jeito. Vou. A sala dela é mais feia que a minha, reparo ao entrar. São mais de seis anos que estive ali, quando de minha contratação. Ambiente bem decorado, é verdade, mas minúsculo e isento de janelas. Isso me causa um mal estar. A feiosa me recebe com um sorriso cordial, mas reparo que de sua mesa, por cima dos óculos ela me mede de cima a baixo, até meu caminhar ela analisa.

Começa conversando amenidades, em vão tento ver o terreno onde caminho. Pergunta de minha vida fora da empresa. Quer saber como está meu relacionamento com a bebida.

- Não bebo. Respondo tentando ser convincente.

- Olha, o que você responder aqui, ficará entre nós. Há um código de ética profissional que me impede de contar qualquer coisa sobre sua vida a quem quer que seja. Por isso, pediria que você fosse sincero nas suas respostas.

Caralho. A mulher é boa no que faz. Não há como mentir ali e com certeza perguntas piores virão. E essa história de não contar nada pro chefe. Humpf... Um cacete. Ele me manda lá, ele paga o salário dela e ela, pelo que contam, tem um caso com ele. Preciso agir com cautela, penso eu. Ou chamar um advogado

- Ta, ta certo. Hoje é segunda feira, 10 horas da manhã, bebi algumas cervejas a mais e não deu tempo ainda de curar a ressaca ainda.

- Bebe apenas cerveja?

- Sim.

Diante da afirmativa vi que ela ficou pensativa. Mesmo não sendo absolutamente verdade, pois tomo um vinho em ocasiões especiais, oque nem conta porque na minha vida é rareado essas ocasiões.

- E drogas? Medicamentos controlados? Psicotrópicos?

- Doutora, não tomo nada disso não. Só bebo cerveja nos finais de semana e dificilmente passo da conta. Nunca levei uma advertência aqui na empresa, nunca me atrasei ou discuti alguém. Meus subordinados me amam e não estou entendendo o motivo dessa conversa.

- Seus colegas e até o chefe alegam que você, às vezes, parece transtornado. Risadas estrondosas e xingamentos são ouvidos da sua sala. E às vezes até conversando sozinho você está.

- Às vezes preciso aliviar a tensão, oras. Preciso repassar planos em voz alta para memorizar. Nada demais.

- E porque a menção de rifles, tiros, sangue e linguagem obscena em uma reunião? Há explicação?

Nessa hora, lembro do Tatarana. Estou empolgado de mais com esse personagem, quase deixando que ele tome conta de mim. Ela parece que adivinha.

- Qual sua ligação com o Tatarana?

- Porra, estão monitorando minha internet agora?

Agora eu realmente estou trêmulo. Com a liberdade criminosa que a internet dá ®, deixei extrapolar todo um lado psicótico que existe em mim. Uma demência alimentando e alimentada por milhares de leitores. E o pior. Usei o computador da empresa para isso, me deixei pegar.

- Nenhuma – Respondo a seco. Ela percebe a mentira, mas não insiste na pergunta. Manda logo outra.

- Qual o significado de worm?

- É um trocadilho besta. Meu apelido era “vermelho”, alguém abreviou para Verme e eu traduzi. Faltou o elho do vermelho, logo, wormelho.

- Queria lhe pedir novamente para não mentir. O diretor anda preocupado com você. Seus resultados falam por si e ele tem intenção de lhe ter por longos anos ainda aqui na empresa.

- Ta, worm é um bichinho que vive na podridão, aproveitando-se dos restos ajudando na decomposição da matéria.

- Isso é uma bactéria.

- Ta. Um verme parasita, vivendo em organismos hospedeiros e procriando-se em ritmo alucinante, consumindo tudo ao redor sem dar tempo para o organismo se recuperar. Explorando até que este venha a sucumbir, oque então, por conseqüência lhe causará a morte junto do organismo parasitado. O mais correto seria "vírus", mas o verme ainda tem a chance de coexistir na boa. Inclusive, eu e você somos vermes.

- Não entendi a analogia.

- Claro, Freud não explica.

- Ta, que seja. Nosso horário hoje deu, mas preciso lhe remarcar mais algumas consultas. Pode ser toda segunda feira a esta hora?

- Não. Segunda feira é dia de curtir ressaca. Marque para as terças.

- Ok. Vou marcar mais cinco sessões.

- Cinco sessões? Escuta: Escrevo o que escrevo por diversão, gosto de escrever. Não sou psicopata nem nunca matei ninguém. Nem pretendo.

- Só por precaução deixarei agendado.

- Que seja.

Vou saído e pensando. Agora que me descobriram, terei que matar essa idiota e meu diretor. Como fazer para parecer acidente? Ah, tem o raio do japonês da Informática. Com certeza foi ele quem me grampeou a net. Esse tem que sofrer um pouco mais.

- Ah, só mais uma coisa – Volta a chamar ela antes que eu feche a porta – Você consegue um autógrafo do Velho para mim?

- Desculpe, não o conheço.

- Ah ta. Era para minha filha. Ela o adora. Até terça que vem então.

- Tchau. “Puta miserável” - completo em pensamento.

terça-feira, janeiro 16, 2007

teste

digitadas direto no editor blogger
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segunda-feira, janeiro 15, 2007

BBB

"É nossa tradição de diversidade. Já ganharam mocorongos, caipiras e viados. Agora são 16 putas, uma sairá vitoriosa."

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Sem tempo nenh

Cadeira elétrica.
"220?? Nem, em 110 é mais legal, vai por mim."

11 de Setembro
"Não foram 3000 pessoas, havia muitos judeus no meio."

Terrorismo
"Um árabe morto é uma pessoa mais feliz e com seu objetivo alcançado."

Forca
"O alçapão fez perder toda graça. No meu tempo se puxava a corda."

Sexo na praia
"Só dói quando passa no Youtube e não recebo um tostão."

PCC
"O silencio da covardia é musica para meus ouvidos."

Política
"Imagine o que ele faria com dez dedos!"

Aquecimento global
"Nova Iorque ficava muito fria no inverno. E não era ali na Ásia que existiam esses chineses muçulmanos?"

Vida
"Não sei guardar rancor, prefiro cultivar vinganças."

Deus
"Eles crêem em Mim? Não Temo, logo vem a puberdade e isso passa."

Amor
“Criamos as flores. Só faltava o motivo para vende-las”

quarta-feira, janeiro 10, 2007

NATAL 33




Ando em um momento de grande amargura. Não consigo meditar, pois não tenho um minuto de paz com este vivente de alma perturbada, pouco inspirado e muito abobalhado que não desgruda de mim.

Sei que ele precisa de salvação, precisa conhecer Deus, mas fica difícil prestar socorro a esta alma enquanto eu próprio ando inquieto. Preciso tomar conselhos com meu pai celestial. O problema é que papai não gosta muito deste sujeito, ainda não é hora de aproxima-los.

Coloco uma mandinga para que ele durma e não me atrapalhe e me retiro para orar.

- Deus Pai, ando amargurado, tu que tudo vê, bem sabe. Se possível afaste de mim este cálice para que deste vinho eu não beba, porém seja a tua vontade e não a minha que prevaleça...
- Poxa Jê, arrenegando vinho também? Ta ficando careta hein.
- Velho, tu não sabes oque diz, este cálice está destinado a mim! Volte a dormir, por favor.
- Mas se tu não quer beber, custa me dar?
- Velho, faça o seguinte: Vá à Taberna da Maria Madalena, pegue dinheiro na minha bolsa e entupa-se de vinho. Daqui a quarenta dias eu passo lá!
- Vai dar não Jê. Estamos sem dinheiro! Aquele Judas com certeza tem pacto com o capiroto. Vá jogar truco daquele jeito no inferno!

Reparo que a nuvem de Deus está se desfazendo. Mandinga não funcionou bem para o Velho dormir. Um soco o põe quieto. Prostro-me diante de Deus Pai e volto ao ponto zero:

- Deus Pai, ando amargurado, tu que tudo vê, bem sabe. Se possível afaste de mim este cálice para que deste vinho eu não beba, porém seja a tua vontade e não a minha que prevaleça. Tu bem viste que levo uma vida reta e digna aos teus olhos...

Uma voz de trovão corta os céus e da nuvem saí aquela conhecida e estrondosa voz.

- Tenho visto teus passos, sim. Como anda a história da mirra?
- Aquilo foi quando era adolescente ainda pai. Esquece esta história. To Limpo.
- Disse-te para não andar segundo o conselho dos ímpios, nem se deter no caminho dos pecadores, nem se assentar na roda dos escarnecedores.
- Tenho guardado estas palavras com dedicação meu Pai

Vejo o velho acordando, um calafrio sobe minha espinha.

- Porra Jê, se soubesse que tu irias ficar tão bravo por ter perdido algumas partidas no Truco, não teria jogado. A Culpa é tua de não querer jogar comigo. Se tu ta na partida, não tinha pra ninguém – Diz o velho com a mão no queixo, verificando se nada está quebrado.
- Fica quieto velho. Respeita meu pai e não te metas que estamos conversando.
- Sussa. Mas pede pra ele mandar aqueles anjinhos servirem um pão de queijo com uma cerveja antes? Daí fico bem de boa. To cheio de fome!

Deus se irrita:
- Assim é que tem se mantido longe dos escarnecedores? ...sem mais... Chega de papo. Quando chegar em casa, conversamos direito.

A nuvem se desfaz.

- Esse teu pai ta ficando velho e ranzinza mesmo hein Jê! Outro dia era uma pomba branca de tão doce, agora, olhe só.
- Cala-te velho. Vamos embora.
- Bora lá. Já é quase meia noite e eu não quero passar o natal aqui em cima. Vamos beber umas lá na Maria Madalena e ver os fogos.
- Ta vamos lá. Mas não vou beber.
- Porra Jê. Tu não fuma, tu não fode e agora vai parar de beber?
- Não enche velho. Você também não vai beber. Lembra que perdeu nosso dinheiro no truco?
- Que merda! Como anda seu crédito lá Jê?
- VÁ A MERDA – Digo com aspereza, mas logo me arrependo ao ver a cara de constrangido do infeliz.
- Errrrr.... hãã;;; Legal né?
- Legal oque, velho?
- Feriado bem no dia do seu aniversário. O Ultimo.
- Tem o ano novo ainda, animal.
- Não digo o feriado, Jê. Digo natal seu.
- ...
- Nem esquenta. Sexta feira santa também será para você!

Não há paciência que agüente. Uma bica no traseiro dele deixa-o mais esperto.

- Porra Jê, to começando a achar que tu ta na crise dos trinta e três.

Acho que este velho é realmente um escarnecedor. Não adianta, papai está sempre certo.

terça-feira, janeiro 09, 2007

Go Lemmings!

Tão previsível que chega a ser ridículo. Divulguem a todos os cantos do Brasil as "n" maneiras de burlar o YouTube. Só isso, não citem a razão nem o nome da vadia que gerou o bloqueio do site. Se a vagabunda quiser aparecer agora vai ter que fazer um boquete na avenida Paulista ou um anal explicito no Ibirapuera.

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Voltando ao assunto...

Hoje, de volta ao trampo como qualquer outra segunda feira: Fodido.

Por conta de uma promessa besta feita na virada do ano, não estou de ressaca e nem tenho um marlborito para ajudar e relaxar. Resultado: Mais uma noite sem dormir e uma bosta de segunda feira com crises de abstinência. A merda disto é que sei que amanhã será igual ou pior. Deus!!! Quando isso passa??

Hoje ví que chefe não tira férias. O meu, pelo visto, ficou mais de quinze dias jogando papéis de todos os tipos, cores e finalidades sobre minha mesa. Por que raios uma pessoa deixa um manual de Ipod sobre minha mesa?

Vou organizando os pensamentos e os papéis e na sequência posto meus ultimos textos etílicos.

Calma. Depois piora!

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Corre! !


Ai o meu caralho! Esse ano farei dois pares de décadas (só falarei que tive quarenta quando chega aos cinqüenta e se chegar) com a naturalidade que Silvio Santos teve no "Bambu’s Incident"* . Muita calma nessa hora.

O pau está firme, mas muito seletivo e monitorado nos últimos anos. Dona patroa fez uma Faixa de Gaza na região e pra frustração de milhares de mulheres, me fez assinar um contrato de exclusividade compulsório. Já o fôlego foi pras picas junto com as vinte e tantas guimbas de cigarro no final do dia. Vou planejar um stop no tabaco.

A cabeça ainda tem cabelos, mas o maldito preconceito racial faz os brancos expulsar os negros da área. E temo pelo extermínio dos pretos a curto prazo. Os subúrbios (pentelhos e suvacos) já convivem com alguns branquelos, mas ainda predomina o black power.

As relações exteriores já me trazem alguns embaraços em compromissos diplomáticos. É que nunca sei como será o aperto de mão do sujeito. Acharam de mudar essa porra também. Pra quem não sabe, esse esquema de tocar as pontas dos dedos e depois dar uma porradinha de mão fechada veio das academias de Box, já que os brucutus não podem apertar as mãos por causa das luvas. Daí você fica sempre fodido quando vai cumprimentar alguém e não sabe se aperta a mão tradicionalmente ou fica fazendo a dança dos dedinhos.

O trampo promete pegar ainda mais. Pobre com dinheiro é uma merda. Arrogantes e prepotentes, chegam aqui falando grosso e querendo tudo na hora. Mas como diz um medico amigo meu , isso dura pouco e logo eles abaixam a crista e entram na fila. No mais acredito num aumento de salário providencial junto ao aumento de despesa que obtive neste inicio de ano. Fica no zero a zero.

Terminei o ano em reformas domesticas. Poeira, sujeira, moveis cobertos de lençóis , aquela zona bem básica de pobre. Ainda bem que acabou. O ano, não a reforma. Raiva maior é ter comprado uma TV de 42 pouco antes desse inferno começar e enfia-la de volta na caixa ate que tudo isso passe.

Milagre da medicina elimina dedada no cu. Sim, o exame químico de níveis daquele bagulho da próstata chegará a 100% de eficiência este ano. Passei quarenta anos sem nada enfiado no rabo e não seria com essa idade que um medico iria fazer isso comigo. Outro dia me passou pela cabeça que isso de enfiar o dedo no cu do paciente é pura sacanagem dos médicos.
- Ei, em quantos cus você enfiou o dedo hoje , doutor Peres?
- UHAUHAUHAUHUHA, nuns cinco! E você doutor Roberto?
- UHAUHAUHAUHAUHA! Em pelo menos dez! E mal sabem os pacientes que isso não serve pra porra nenhuma, só pra humilhar mesmo!
- AUUHAHUAUHAUHAU!
- UHAUHAUHAUHAUHAHU!

Basicamente é isso. Não escrevei um livro, não plantarei uma arvore e não terei mais trinta e nove.

* Li num blog mas não lembro onde.