quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Fevereiro de 1967 - Aeroporto Lod, Tel Aviv.


O Douglas DC-3 taxia trepidando e exalando gasolina* pela pista. Um de seus passageiros parece bastante desconfortável com a idéia de voar dentro de uma maquina tão barulhenta e com uma boa par de anos de idade sobre as asas. O interior do aparelho tem colunas de alumínio cravejadas de rebites novos e brilhantes contrastando com o antigo forro de fundo vinho e com pequenos brasões da PanAm espalhados em cruz, carimbados num padrão não casual. O homem apalpa o bolso de seu paletó, conferindo pela milésima vez, portar o pequeno saco de tecido onde há poucas horas atrás foram colocadas algumas pequenas pedras e um punhado de areia da Terra Santa. Um aviso sobre a porta da cabine dos pilotos informa que os cintos devem ser travados. Uma solícita aeromoça, percorre os cerca de 20 lugares ocupados da aeronave quando nota a apreensão do passageiro e confere com atenção o fecho do cinto, como se o ato confortasse o breve viajante:
- Não se preocupe senhor, o vôo será tranqüilo. É sua primeira viajem?
Num sorriso fechado, o passageiro balança negativamente a cabeça, enquanto confere o bolso já virando-se para a janela. E o avião decolou.

Essa foi uma fantástica aventura do destemido Homem Silencioso em Israel.

*Thanks Alberto.

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