sexta-feira, dezembro 08, 2006

1.

Em 1980, Décio já exibia sua arte, ate então oculta.
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Décio Novaes era seu nome. Conquistou o topo, foi diretor executivo de uma multi nacional aos 48 anos. Décio é culto e inteligente, veste-se com primazia, fala inglês, francês e alemão com fluência nativa, mantem seu corpo em boa forma e sempre sorri em gentilezas. É respeitado pelos homens e cobiçado pelas mulheres. Atualmente está aposentado mas é figura fácil na Europa e nos Estados Unidos, orientando ou palestrando sobre liderança empresarial a restritos grupos de CEO’s. Esse fato, o faz passar pouco tempo com sua esposa, a maravilhosa Márcia, uma lindíssima balzaca que alem de manter-se numa forma física invejável, também atua em ONG’s contra as desigualdades sociais. E essa distancia freqüente do casal é a culpada por uma mancha no quase indelével caráter de Décio: as prostitutas. Com muita distinção, Novaes paga por sexo casual em suas viagens. E a falta de critério na escolha da prostituta , há dois dias , causou um serio transtorno na vida desse homem.

Na quarta feira seguinte, Décio exibia gráficos no palco de uma universidade de Nova Iorque para cerca de 80 participantes quando teve o sintoma e a primeira crise. Ele sentiu o desconforto com certo espanto. Aquilo foi aumentando progressivamente e a tomando conta de si, como fogo consumindo papel. Ele tentou andar pelo palco, talvez isso ajudaria, mas pareceu ter piorado. Inadiável como tinha que ser, incontrolável como sempre é, tomando dimensões catastróficas, minando as sólidas bases do mais forte dos homens. Nunca Décio interrompera uma palestra, mas dessa vez era impossível prosseguir:
- Senhores, me ausentarei por alguns instantes. Volto a seguir, me perdoem mas é mais forte que eu...
Avisa aflito ao microfone, pouco antes de disparar em direção aos bastidores . O corredor tem gente por todo lado, alguns sem entender nada ao ver o desespero do orador. Desvencilhando-se de todos, finalmente Décio entra em seu camarim, enfia a mão nas nádegas por dentro das calças e coça violentamente seu rego e adjacências, nisso incluso também o cu e suas beiras.
- Ufa! Rapaz(!) , que diabos de coceira é essa? - Pergunta-se levando os dedos ate a ponta do nariz dedos e cumprindo o ditado popular que diz "quem coça o cu, cedo ou tarde cheira o dedo".
Naquela noite, a comichão rastejou por todas partes intimas do infeliz. Hora no escroto, hora no pênis, hora no rabo todo. Foram oito interrupções na palestra e total descrédito dos espectadores. No palco, Décio às vezes rebolava ou fazia movimentos estranhíssimos com as pernas, tentando contornar a coceira, mas invariavelmente, era obrigado a fugir e trancar-se no camarim. O incomodo lhe seguiu no retorno ao hotel, a bordo do carro e só lhe deu paz na cama. E voltou implacável no dia seguinte. Era sarna, daquelas mais fudidas que existem.

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