Logo quem.
Com necessidade quase orgânica de escrever, abro o Word , acendo um cigarro e procuro alguém pra me acompanhar. O recente e humilhado Petrucio Rocha, pouco tinha a dizer agora. De tão denso, sumira e não sei se pra sempre. Mas não foi difícil andar alguns passos. Toda horda de psicóticos e genericos, Climber, Antunes, Palhares ou Maria Rita tem endereços fixos. E para minha surpresa, ninguém se encontrava em lugar algum. Eram casas vazias, portas trancadas. Levo meu pensar ate o escritório de Buzina e Madureira. A mesa larga, a poltrona ordinária, a luz acesa a toa. E nada de bandido. Queria evitar, mas se fez necessária uma rápida ida a Galileia. Tristes tabernas, calmas pradarias, sol a pino. Em cenário agradável, posso falar do suor de Jê, de seus defeitos humanos , de sua insegurança ou de sua sabedoria. Mas o Jê também não estava lá. E nem Jenaina, nem os repórteres, os românticos, os canalhas, os rebuscados, os cleptomaníacos inacabados.
Finalmente, subo já sem esperança, as escadas imponentes, imponentes como devem ser, as escadas que levam ao céu. E no plenário divino, só um faxineiro varre preguiçoso, o tapete onde antes pisaram Alá ou Buda, em debates sem sentido. E na falta dos deuses, me aproximo do faxineiro, procurando nele, algo que possa ser usado, mas esperar o que de alguém com sua pífia mas útil função. Mas o faxineiro não tinha nada , estava ali varrendo, só isso.
Desesperado, vago agora por caminhos sem rumo, estradas sem placas, cidades sem nome quando chego a conclusão segura que não encontrarei ninguém. O amanhã, seguirá como o hoje, e os dias passarão assim ate o incerto futuro. Apago o segundo cigarro que fumei enquanto escrevia esse texto e ouço o faxineiro me explicar o vazio:
- Só você não notou que seus personagens são funcionários públicos e enforcaram o resto da semana. Agora só segunda ou terça e olhe lá...
E eu não dava nada por ele, esse simplório faxineiro, um verdadeiro sábio.
quinta-feira, novembro 16, 2006
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