quinta-feira, abril 06, 2006

1973.

E pela manhã, ela se levantou. Sorriu seu melhor sorriso, mas não convenceu. Vestiu o vestido usual. Não senti o cheiro do café, não ouvi o radio começando o dia. E deitado na cama, não pude evitar o medo. O portão chorou com cuidado, mas não pode esconder que ela estava indo embora. A imaginei acertando a alça do sutiã e seguir seu destino. E ate vi um homem olhar seu corpo em cobiça. Corpo que era meu, carne que tinha meus pensamentos encravados na pele. Chorei a tristeza, sozinho, pequeno, criança. Eu espero aqui. Depois ela voltou. Tinha ido comprar pão pra mim.

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